A Polícia Federal (PF) finalizou e já entregou à Procuradoria da República no Amapá o relatório sobre o resultado das investigações da Operação Voucher. Produzido pelo delegado André Moreira dos Santos, o documento foi encaminhado ontem (18) à noite ao procurador Celso Leal. Agora, compete ao procurador, com base na apuração policial, denunciar à Justiça os suspeitos de participação no esquema de desvio de recursos públicos.
Segundo a assessoria da procuradoria, Leal pretende ler o documento no fim de semana e, depois de tipificar os crimes cometidos por cada um dos investigados, enviar a denúncia à Justiça ao longo da próxima semana.
Hoje (19), as assessorias da PF e da procuradoria não adiantaram à Agência Brasil o teor do relatório policial. O procurador, contudo, já havia antecipado que, com base nas investigações preliminares, pretendia denunciar por peculato e formação de quadrilha as 18 pessoas que foram presas preventivamente.
Entre os detidos, mas que já estão em liberdade, estavam o ex-secretário executivo do ministério, Frederico Silva da Costa; o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins (afastado do cargo), o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Mário Moyses; e Luiz Gustavo Machado, um dos dirigentes do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), principal alvo privado da investigação.
As outras 14 pessoas são: José Carlos Silva Júnior; Dalmo Antônio Tavares Queiroz; Francisca Regina Magalhães Cavalcante; Freda Azevedo Dias; Gláucia de Fátima Matos; Hugo Leonardo Silva Gomes; Kátia Terezinha Patrício da Silva; Kérima Silva Carvalho; Luciano Paixão Costa; Jorge Kengo Fukuda; Katiana Necchi Vaz Pupo; Maria Helena Necchi; Sandro Elias Saad; e Wladimir Silva Furtado.
Originada a partir de auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), que constatou indícios de irregularidades em um convênio de R$ 4,4 milhões que o Ministério do Turismo assinou com o Ibrasi, a operação resultou nas prisões preventivas ou temporárias de 38 pessoas. As duas últimas prisões foram efetuadas ontem à tarde, em Brasília.
A origem do dinheiro destinado ao convênio de R$ 4,4 milhões que deveria beneficiar 1,9 mil profissionais da área de turismo no Amapá é uma emenda parlamentar da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP). As assessorias da PF e da procuradoria não revelaram se o relatório entregue ao procurador aponta para o envolvimento da deputada no esquema. Durante as investigações, ao menos quatro dos investigados foram presos.