Pelo menos 60.000 jovens da América Latina e do Caribe, vindos principalmente do Brasil e do México, participam nesta semana, em Madri, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), num momento em que está sendo preparada a próxima edição, que acontecerá pela primeira vez no Rio de Janeiro, em 2013. O Brasil, com 14.000 jovens inscritos e o México, com 8.000, são os países com maior número de peregrinos, segundo cifras dos organizadores.
Os latino-americanos representam cerca de 14% dos presentes, num total de 450.000 jovens. Mas este número pode ser triplicado nas jornadas, entre esta terça-feira e o domingo, somando um milhão de pessoas. A região, que só acolheu o evento uma vez, em 1987, em Buenos Aires, voltará a recebê-lo em 2013 no Rio de Janeiro, anunciou o Vaticano. Domingo, ao final da JMJ, Bento XVI fará o anúncio da cidade carioca, oficialmente. Será um ano antes do mundial de futebol, previsto para aquele ano no Brasil. "Para o padre Anísio Ribeiro da Silva, de 40 anos, "um evento desse tipo no Brasil deve ajudar a juventude a perceber que não estamos sós; é o fortalecimento de nossa fé", estima.
"Estamos muito felizes em receber este evento no Rio, é muito importante que seja no Brasil", coincide Rodolfo de Assis, de 23 anos, que "vai preparar, a partir de agora, as próximas jornadas" em seu país.
A escolha do Brasil para outro evento internacional, que se acrescenta ao Mundial de futebol de 2014 e às Olimpíadas de 2016, responde ao "grande crescimento econômico do país em pouco tempo", destaca Renato Brigati, paulistano de 21 anos, recém-chegado ao colégio de Madri no qual pernoitará durante a JMJ.
O evento permitirá mostrar ao mundo "a riqueza cultural" do Brasil e "a alegria e a hospitalidade dos brasileiros", ressaltam ambos, mas também "a harmonia entre sua gente, contagiando o mundo", acrescenta orgulhoso Yuri Rebello, de 20 anos, vindo de Belém. De qualquer forma, pagar os cerca de 190 euros de inscrição na JMJ não está ao alcance de todos. A colombiana María Isabel Espinosa, de 30 anos, organizou para conseguir o dinheiro "rifa de uma televisão de plasma". Seu compatriota Giovanni Montoya, estudante de contabilidade de 23 anos, "paga a passagem a crédito". "Gostaria de trocar ideias em Madri, porque há muitas coisas que não concordo", comenta uma estudante de arquitetura, a chilena Andrea Urbina, de 20 anos, para quem a Igreja "está com quem sofre e com os pobres, sem nenhuma sombra de dúvida".