A Força Nacional de Segurança e o Exército vão reforçar a segurança da base da Fundação Nacional do Índio (Funai) atacada por grupos armados peruanos no fim de julho. A Frente de Proteção Etnoambiental Envira, que atua na proteção de índios isolados, fica a 32 quilômetros da fronteira entre Brasil e Peru e a cinco dias de barco da cidade brasileira mais próxima, Feijó (AC).
A base foi invadida e saqueada por traficantes peruanos. Agentes da Funai temiam que os peruanos tivessem atacado indígenas isolados da região, que foram fotografados pela primeira vez em maio de 2008. Alguns dias após a invasão da base, uma equipe encontrou um acampamento onde havia um colchão, sacos de açúcar, uma mochila com cascas de cartuchos roubados da base da Funai e um pedaço de flecha dos índios isolados.
Apesar dos indícios, as comunidades indígenas isoladas não foram atacadas pelos traficantes peruanos. A avaliação é do presidente da Funai, Márcio Meira, e da secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, que sobrevoaram a região na última terça-feira (9/8).
;As malocas estão novas e limpas, as roças estão novas, o que nos leva a concluir que os índios estão ali e que se houve algum ataque, foi pontual, e não um massacre, como temíamos;, disse a secretária.
Segundo Meira, não há sinais de ataques às populações isoladas que vivem no lado brasileiro. O presidente da Funai disse que o episódio mostra a necessidade de reforçar a segurança nas 170 terras indígenas localizadas em áreas de fronteira.
A Força Nacional será deslocada para a região nesta semana e deve ficar na área até a chegada do Exército, no fim de agosto.