A família do engenheiro mineiro Mário Augusto Soares Bittencourt, de 61 anos, encontrado morto em uma área de mata da cidade de Pión, na Amazônia peruana, teve acesso, na madrugada desta terça-feira (2/8), ao inquérito realizado pela polícia do Peru. Nas páginas da investigação, constam depoimentos de outros profissionais que também faziam levantamentos para a construção da hidrelétrica na região e que segundo a família do engenheiro, reforçam a hipótese de assassinato.
[SAIBAMAIS]De acordo com o sobrinho Felipe Bittencourt, os profissionais relataram que algumas comunidades eram contra a instalação da hidrelétrica. Os engenheiros contaram que, um homem, morador da região, se dispôs a ajudar nas buscas por Bittencourt e o geólogo Mário Gramani, ambos encontrados mortos no último dia 27, e tentou confundir os policiais mostrando, por duas vezes, caminhos errados. Os engenheiros disseram que durante as buscas, ouviram vozes como se estivessem sendo vigiados. Eles relataram ainda a falta de segurança e a ausência de guias durante os trabalhos de levantamento.
"Não temos nenhuma conclusão sobre o caso, mas não descartamos a hipótese de envenenamento e até de assassinato. Eles podem ter sido mortos pelo contato com uma planta ou animal, justamente pela falta de segurança, mas também podem ter sido envenenados por alguém que era contra a construção de uma hidrelétrica na região", reforçou Felipe Bittencourt.
Corpo não reconhecido
A família do engenheiro informou na manhã desta terça-feira que não reconhece o corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, devido ao avançado estágio de decomposição. O sobrinho do engenheiro, Felipe Bittencourt, disse que os familiares estão providenciando um exame da arcada dentária para a identificação. Já o IML, afirma que o corpo foi necropsiado e aguarda a retirada por parte da família.
O sepultamento de Bittencourt deve ocorrer na tarde desta terça-feira, no Cemitério Parque da Colina, Bairro Nova Cintra, Região Oeste da capital. Uma missa também está marcada para as 9h desta quarta-feira, na Igreja da Boa Viagem, também na capital.
Funcionário da Leme Engenharia, Bittencourt fazia levantamento topográfico para a instalação de uma usina hidrelétrica no Peru, acompanhado do geólogo paulista Mário Gramani Guedes, que foi encontrado nas mesmas circunstâncias e cujo corpo foi sepultado no domingo.