Jornal Correio Braziliense

Brasil

Tragédia pessoal: 'O crack levou status e todo o dinheiro'


Depois de varar a madrugada, doses de conhaque faziam Rodrigo* se reanimar para mais uma jornada de trabalho. Responsável pela cozinha de uma pizzaria bem conceituada em Brasília, o maranhense de 35 anos aos poucos conseguia driblar a sina de pobreza a que parecia condenado. ;Conquistei respeito, status e dinheiro.

"Já tinha comprado minha casa em Taguatinga. Até que a droga me levou tudo;, diz. Da bebida à maconha e à cocaína, foi um passo. Pediu demissão, cheirou a moradia conquistada com trabalho árduo e foi morar na rua, onde conheceu o crack.

;É uma lua de mel perfeita nos primeiros seis meses de uso. Depois vêm a paranoia, a perturbação;, diz Rodrigo. Ele conta que, na rua, não tinha opção, a não ser o crack. Para comprar a pedra, pedia esmola ou catava latinhas. ;No fim do dia, você tem R$ 80, R$ 100;, relata. Ontem, o homem de pele morena e cabelos cacheados se internou em uma instituição na quarta tentativa de abandonar o vício. É um desafio difícil.

Em média, de acordo com dados internacionais, cerca de 40% dos dependentes químicos se recuperam depois de um programa completo de reabilitação. ;No caso do crack, o problema se agrava devido ao alto poder de desorganização da vida do usuário;, diz Carlos Salgado, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas. (RM)

Desabafo

I don;t ever want to drink again

Eu não quero beber nunca mais


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I just need a friend
Eu só preciso de um amigo

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I;m not going to spend ten weeks
Eu não vou perder 10 semanas

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And have everyone think I;m on the mend

Para todo mundo pensar que estou em recuperação


Trechos da música
Rehab (Amy Winehouse)