PARIS - O Escritório de Investigações e Análises (BEA) francês anunciou nesta sexta-feira (29/7) ter identificado uma série de erros dos pilotos que causaram o acidente com o voo AF447 da Air France, que fazia o trajeto Rio-Paris em 1; de junho de 2009. O Airbus A330 caiu no Oceano Atlântico matando as 228 pessoas a bordo.
[SAIBAMAIS]Junto com seu terceiro relatório, o BEA emitiu dez recomendações de segurança, que agora deverão ser validadas pelas autoridades do setor. Quatro recomendações se referem às caixas pretas; três ao treinamento e à conduta dos pilotos; duas à localização dos aviões e uma à certificação das aeronaves.
CAIXAS PRETAS
. Gravador de imagens: o BEA sugere que seja instalado nos aviões comerciais um gravador de vídeo que permita ver o painel de indicadores voo.
. O uso desses gravadores de vídeo deve ser definido mediante "regras estritas", em particular de confidencialidade.
. Gravadores dos parâmetros de voo: o BEA emite duas recomendações para registrar dados complementares, mas não dá precisões a respeito.
TREINAMENTO E CONTUDA EM VOO
. Treinamento de pilotagem manual. O BEA convida as autoridades reguladoras do setor a revisar o conteúdo dos programas de treinamento e de controle. Em sua opinião, deveriam ser feitos de forma obrigatória exercícios específicos e periódicos de pilotagem manual. Menciona em particular a perda de sustentação e a elevada altitude.
. Formação para substituir o comandante a bordo para "garantir uma melhor distribuição das tarefas" em casos semelhantes.
LOCALIZAÇÃO DOS AVIÕES
. As autoridades reguladoras devem estabelecer a obrigatoriedade de ativar a transmissão de dados que facilitem a localização de uma aeronave que atravessa situações de emergência a bordo.
. Deve ser examinada a obrigatoriedade de ativar uma baliza de emergência (Emergency locator transmitter, ELT) em situação de emergência a bordo.
CERTIFICAÇÃO DOS APARELHOS
. Ângulo de incidência (formado pela parte dianteira do avião e sua trajetória). Segundo o BEA, seria conveniente que as autoridades examinem a possibilidade de equipar os aparelhos com um indicador de ângulo de incidência ao qual os pilotos possam ter acesso diretamente.
. O piloto deve respeitar um determinado ângulo de incidência (ndlr: 2,5 graus a velocidade de cruzeiro). Caso contrário, pode perder sustentação.