Rio de Janeiro ; Representantes de diversos movimentos sociais caminharam neste sábado (18/6) pela Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, durante a Marcha da Liberdade, que aconteceu neste sábado em 40 cidades brasileiras. Segundo policiais militares que acompanhavam o protesto, mais de mil pessoas participaram do evento.
Usando faixas, cartazes, adereços, malabares e megafones, os manifestantes chamavam a atenção da população e convidavam moradores e frequentadores do bairro a se juntar ao grupo, com gritos de ;Vem pra liberdade;. No percurso, também faziam coro para se manifestar sobre temas variados.
De acordo com o organizador do evento, Renato Cinco, a manifestação, que seria inicialmente para defender a descriminalização do uso da maconha, ganhou o apoio de outros movimentos e mudou de nome. Na última quarta-feira (15), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu liberar marchas pela descriminalização das drogas no país.
;A princípio seria a Marcha da Maconha, mas muita gente resolveu se juntar para defender a liberdade como uma coisa mais ampla. Todos têm o direito de se expressar livremente e isso é o mais importante; disse.
Com a palavra liberdade escrita com tinta branca no braço e uma coroa de flores sobre a cabeça, a malabarista Íris Medeiros, de 21 anos, resolveu participar do evento com outros três amigos porque espera que os artistas de rua ganhem mais reconhecimento da sociedade. ;Ainda somos discriminados e precisamos ter liberdade de estar na rua, de nos expressarmos e de levar nossa arte a todo lugar;, disse.
A advogada Meli Trentin marchou com a filha Rita, de 1 ano, no colo. Segundo ela, em todos os setores, é possível ver discriminação, mas nos grupos tradicionalmente excluídos ela é mais visível. ;Estamos vivendo um momento em que se discute a ampliação do sistema penal, em que movimentos sociais ainda são criminalizados e a classe média é oprimida. Temos que lutar contra isso e eu trouxe a Rita porque espero que ela ajude a construir um mundinho melhor;, afirmou.
Segurando um cartaz que chamava a atenção para a existência de drogas liberadas pela legislação, como cigarro e álcool, o técnico de planejamento Leandro Schmidt defendia a descriminalização da maconha. ;O capitalismo exige que algumas drogas sejam legalizadas, mas com a maconha é diferente. Não precisamos inventar a roda, ela [a maconha] já é liberada em outros países que têm inclusive regras de uso;, defendeu.
A representante do movimento gay Márcia Marçal carregava uma bandeira com as cores do arco-íris para criticar a homofobia. Segundo ela, as ações para coibir a violência contra gays, lésbicas, transexuais e travestis precisam ser mais intensas. ;Milhares de gays são mortos a cada ano e é preciso que isso acabe;, defendeu.