Um grupo de pesquisadores norte-americanos descobriu a existência de células-tronco pulmonares que podem ser cruciais para a regeneração dos tecidos do pulmão. A revelação foi apresentada na edição de ontem do New England Journal of Medicine, uma das revistas médicas semanais mais prestigiadas dos Estados Unidos.
O médico responsável pelo estudo, Dr. Piero Anversa, que também é diretor do Centro de Medicina Regenerativa do Hospital Brigham and Women, em Boston, no estado de Massachusetts, destaca que a pesquisa é inédita por encontrar pela primeira vez uma célula-tronco em um pulmão.
Segundo ele, o estudo revela que a célula-tronco pulmonar tem potencial de oferecer àqueles que sofrem de doenças crônicas uma opção de tratamento totalmente nova, com possibilidade de regeneração e reparação das partes danificadas do pulmão.
;Essas células pulmonares são capazes de regenerar-se e de formar estruturas biológicas múltiplas do pulmão, como brônquios, alvéolos e vasos;, afirmou o cientista Piero Anversa.
De acordo com a publicação, a equipe do pesquisador descobriu as células tanto em amostras de tecido adulto quanto em fetos. Tal descoberta pode significar, segundo Anversa, que essas células-tronco estão presentes no corpo humano antes mesmo do nascimento e, ainda, que elas participam do desenvolvimento do pulmão.
O coautor do estudo e médico do Hospital Brigham and Women, Joseph Loscalzo, observou que a descoberta é a primeira etapa para se desenvolver tratamentos clínicos específicos para quem sofre de enfermidades pulmonares contra as quais até hoje não há cura.
;Ainda é preciso pesquisar mais, mas estamos animados com o possível impacto que essa descoberta pode ter na nossa capacidade de regenerar ou recriar tecidos pulmonares em áreas doentes do pulmão;, afirmou, em nota, Joseph Loscalzo.
Teste
Para chegar à conclusão, a equipe de cientistas de Massachusetts estudou células-tronco isoladas, após serem retiradas de tecidos pulmonares por meio de cirurgia. Segundo o estudo, as células-tronco se mostraram capazes de se dividir tanto em novas células quanto em outras que formariam tecidos do pulmão.
Em outro teste, voltado para testar a eficiência de uma possível terapia, os médicos injetaram células-tronco em ratos que apresentavam problemas pulmonares. A experiência comprovou a eficácia do método e mostrou a formação e a integração estrutural de novos bronquíolos e alvéolos.