São Paulo ; A união de cinco centrais sindicais é a novidade da comemoração do Dia do Trabalho, no próximo domingo (1/5), que neste ano será feita em um palco montado na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista. A Força Sindical, a Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e a União Geral de Trabalhadores (UGT) propõem que, na festa, cujo lema é "Desenvolvimento com Justiça Social", os participantes reflitam sobre o mundo do trabalho atual.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, informou que as centrais votarão o calendário da Jornada Nacional de Lutas com as bandeiras que vão nortear as ações do movimento sindical neste ano e falarão sobre outros temas. ;Defendemos a redução da jornada sem redução de salários, o fim do fator previdenciário e a valorização das aposentadorias, a valorização do salário mínimo, trabalho decente, igualdade entre homens e mulheres, valorização do serviço público e do servidor público, reforma agrária, educação e qualificação profissional e redução da taxa de juros.;
Perguntado sobre as relações entre as centrais sindicais e o governo federal e se a possível presença de Dilma Rousseff nas comemorações do 1; de Maio seria uma forma de reconciliação, Paulinho disse que as centrais não estão brigando com a presidenta, mas divergem da equipe econômica do governo. ;Achamos que a política econômica privilegia a especulação contra a produção. O Brasil tem que continuar no crescimento e desenvolvimento e criando empregos. Por isso, discordamos da política de juros;, afirmou.
De acordo com Paulinho, as reivindicações de todas as centrais sindicais são as mesmas. Ele citou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que não se uniu às demais na comemoração do Dia do Trabalho, lembrando que há um ponto de discordância: o fim do imposto sindical. A CUT defende a extinção. ;Bater nesse ponto é um erro, porque essa campanha para acabar com a contribuição é das elites, que querem destruir a estrutura sindical para tirar os direitos dos trabalhadores;.
A festa de 1; de Maio da CUT será no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade.
O presidente da CTB, Wagner Gomes, defendeu o imposto sindical, afirmando que é o melhor sistema para sustentar o movimento. ;Se não for o trabalhador sustentando o movimento sindical, os sindicatos fecham. Com o fim do imposto sindical, os sindicatos ficariam na mão dos patrões na hora da negociação. O imposto sindical é importante para os sindicatos terem independência.;
Para o presidente da CGTB, Antônio Neto, os motivos que unem as centrais são muito maiores do que um motivo que pode desuni-las, como a discordância sobre o fim do imposto sindical. ;Não foi possível que as seis estivessem na comemoração, mas não tem problema, porque as bandeiras de luta são as mesmas, e essa história de contribuição sindical é de menor importância, não está no centro do debate.;
Em defesa do imposto sindical, o representante da UGT, Antônio Cabral, destacou que até mesmo os sindicatos patronais recebem das empresas uma contribuição, sem a qual não podem sobreviver. ;Por isso, compactuamos com o imposto sindical, que é a fonte de renda paga pelos trabalhadores e cabe a eles administrar suas entidades sindicais;, afirmou Cabral.
Durante todo o domingo, haverá shows e sorteios de carros no palco montado na Avenida Marquês de São Vicente. As centrais esperam a participação de mais de 1 milhão de pessoas nas comemorações.