RIO DE JANEIRO - A Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura, em parceria com os armadores de pesca e comerciantes da Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa) distribuíram nesta sexta-feira santa (22/4) cerca de cinco toneladas de pescado aos moradores da comunidade da Chatuba, no município de Mesquita, na Baixada Fluminense.
Também foram distribuídas cartilhas com dicas de como diminuir o desperdício, escolher o peixe antes de comprar e com informações nutricionais sobre o alimento, além de um livrinho de receitas com peixes. O superintendente federal no Rio do Ministério da Pesca e da Agricultura, Jayme Tavares, explicou que o governo federal vem implementando uma série de ações para incentivar o consumo do peixe.
;O brasileiro come apenas nove quilos por habitante adulto/ano. A Organização Mundial de Saúde recomenda um consumo de 13 quilos por habitante adulto/ano. O governo quer que esse alimento faça parte da dieta do brasileiro, uma carne mais magra com muita proteína;.
A escolha da comunidade é feita a partir de um cadastro preenchido pelas próprias associações de moradores ou organizações não-governamentais locais que fazem o pedido ao ministério. Ele informou que essa distribuição é feita todos os anos em comunidades onde os moradores normalmente não têm condições de comprar peixe na Semana Santa.
;Há comunidades em que as pessoas não têm poder de compra nem para consumir sardinha a R$ 1. Então montamos uma parceria com os comerciantes e armadores de pesca e assim conseguimos beneficiar algumas dessas pessoas na Semana Santa. Não é nenhum cherne ou namorado, mas é uma sardinha, um parguinho, curvinota;.
Tavares atribui o pouco consumo de peixe pela população à falta de hábito do brasileiro, que culturalmente prefere carne vermelha, e ao alto custo do peixe no Brasil. Segundo ele, o governo federal vem tentando reverter este quadro com a criação dos terminais de pesca e entrepostos para baratear os preços.
Moradora da comunidade de Jacutinga, também em Mesquita, Ana Leila Gonçalvez, presidente da Organização Não-Governamental (ONG) Centro Social Fusão, foi ao local tentar garantir seu peixe da Semana Santa. Ela disse que vai cadastrar a ONG e tem a esperança de que sua comunidade seja a contemplada no ano que vem.
;Somos 20 mil habitantes, todos muito carentes. Nós não temos nada aqui, nem saneamento, nem água potável. A luz é gato. Tem gente aqui que come uma sardinha de vez em quando e olhe lá. Tomara que ano que vem seja nossa vez;.