Com leitura, pintura, montagem e diversas outras atividades culturais, as aulas na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ), serão retomadas hoje, apenas para alunos do nono ano ; a ideia é que todos os 1.110 estudantes possam ser recebidos a partir de amanhã. No local, onde 12 crianças morreram baleadas por Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, no último 7 de abril, o retorno dos estudantes deverá ocorrer com o suporte de atividades lúdicas elaboradas por uma equipe de especialistas da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. ;Não temos uma previsão de quando as aulas com conteúdos da grade tradicional irão recomeçar. Precisamos checar o tempo necessário para os alunos. Os professores também vão participar das atividades, porque também precisam ser observados;, disse o diretor da escola, Luis Marduk.
Marduk informou ainda que a volta às aulas não contará com a presença de artistas. A intenção é que o retorno seja mais focado nos próprios estudantes, e não em atrações alheias ao ambiente escolar. Além da atenção redobrada às condições psicológicas, uma transformação visual da escola já teve início, com a intenção de apagar marcas da tragédia e receber os alunos em um ambiente transformado. Cerca de 150 voluntários, incluindo ex-alunos e professores, se encontraram no sábado, pintaram o muro externo de branco, cantaram o hino da instituição e deram um abraço simbólico no prédio. Os presentes ainda conversaram sobre a criação de uma associação de ex-alunos. ;O ambiente está sendo preparado para receber os estudantes. Toda a escola está sendo pintada e o mobiliário foi trocado. Queremos minimizar o sentimento de trauma e qualquer lembrança do ataque;, disse Marduk.
Para dar apoio psicológico às famílias, as secretarias municipais de Assistência Social e de Saúde e Defesa Civil estão visitando as residências dos familiares desde o ocorrido ; mais de 600 profissionais estão envolvidos na força-tarefa, em equipes formadas por psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros. O trabalho continuará por tempo indeterminado. A prefeitura da capital fluminense já confirmou que vai pagar indenização às famílias das crianças assassinadas.
Não reclamado
O corpo do atirador Wellington Menezes de Oliveira permanece no Instituto Médico Legal e pode ser enterrado como ;corpo não reclamado; na próxima semana, de acordo com a Polícia Civil. A família de Wellington tem até quinta-feira, fim do prazo de 15 dias contados desde sua morte, para fazer a liberação do corpo para o enterro. Caso isso não ocorra, ele será sepultado pelo estado no Cemitério de Santa Cruz, na Zona Oeste. Como o corpo do atirador foi identificado, ele não é considerado indigente.