Os três outros suspeitos de participação no esquema de venda de cirurgias do Sistema Único de Saúde (SUS), conhecido como "máfia do jaleco", procuraram a Central de Polícia, na tarde de quinta-feira, dia 17, para se entregar. A Justiça já havia decretado as prisões temporárias da enfermeira, de uma recepcionista e do motorista do médico Godofredo Borborema. Eles estavam sendo procurados pela polícia.
Com as prisões dos três suspeitos, a Polícia Civil cumpriu os cinco mandados de prisão expedidos pela comarca de Campina Grande.
O primeiro a se apresentar foi o motorista do médico Godofredo Nascimento Borborema, José de Anchieta Pessoa de Oliveira,de 50 anos. Ele chegou à Central de Polícia e após ser ouvido, em companhia de um advogado, ele foi encaminhado para a carceragem onde permanece, devendo ser conduzido nesta sexta-feira, dia 18, para o Serrotão.
Já no início da noite, entregaram-se na CP a enfermeira Maria José Jordão da Silva, de 33 anos, e a atendente do Hospital Dom Pedro I, Eliana Dantas, de 56 anos. Elas chegaram acompanhadas dos advogados Félix Araújo e Eilson Ramos. As duas mulheres também foram interrogadas, mas não quiseram dar informações. Elas só devem se pronunciar na Justiça.
O advogado Félix Araújo, que defende o médico Godofredo Borborema e a enfermeira Maria José, disse que os seus clientes vão provar a inocência, já que os indícios são frágeis, conforme o advogado. Por sua vez, o delegado Jean Francisco informou que os três envolvidos vão cumprir o mandado de prisão temporária até uma segunda ordem judicial.
Ele disse que os mandados de prisão têm prazo de cumprimento de cinco dias, a partir da data das prisões. Considerando a informação do delegado, os acusados deverão ser levados aos presídios do Serrotão e Feminino, onde deverão permanecer até o fim do prazo.
O esquema da "máfia do jaleco"
Uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público da Paraíba (MPPB) resultou na Operação Hipócrates, realizada na manhã de segunda-feira (14/3), em Campina Grande (PB). O objetivo da ação foi desarticular o grupo acusado de irregularidades ocorridas durante atendimentos realizados no Hospital Regional e Hospital Pedro I, no qual profissionais de saúde estariam cobrando por cirurgias custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A ação também se estendeu ao escritório de seguros Tora, já que durante as investigações surgiram denúncias de que os envolvidos na chamada "máfia do jaleco" estariam desviando dinheiro oriundo do Seguro de Danos Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).
As investigações tiveram início em novembro do ano passado, mas a operação foi desencadeada na segunda-feira, quando foram emitidos oito mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão. Os cinco envolvidos irão responder por crime de concussão e formação de quadrilha, a punição pode chegar até três anos de prisão.