Jornal Correio Braziliense

Brasil

Acusação reforça que ex-namorado da menina tinha a intenção de matar Eloá

O caso do assassinato de Eloá Pimentel, morta em 2008, aos 15 anos, pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes, 24, teve mais um capítulo na manhã de ontem. Cinco testemunhas da acusação prestaram depoimento no Fórum de Santo André, no ABC paulista. Falaram ao juiz José Carlos de França Carvalho Neto a adolescente Nayara Silva ; que também foi feita refém e ferida no rosto por um disparo efetuado por Lindemberg ;; o irmão de Eloá, Everton Pimentel; dois amigos dela, Vitor Lopes de Campos e Iago de Oliveira, e o policial militar Atos Valeriano. Familiares de Eloá também acompanharam a audiência. O promotor de Justiça responsável pelo caso, Antônio Folgado, afirmou, na saída do fórum, que os depoimentos apontam a intenção prévia do réu em matar a ex-namorada e confirmam os crimes dos quais ele é acusado: homicídio, tentativa de homicídio contra um policial militar, cárcere privado e porte ilegal de arma. Para o promotor, o caso deve ir a júri popular (veja Memória).

Segundo Antônio Folgado, é inconsistente o argumento da defesa de que o tiro que matou a adolescente teria partido do revólver de um dos policiais que negociavam a libertação das reféns. Segundo ele, a advogada Ana Lúcia Assad, que defende o ex-namorado da vítima, já afirmou anteriormente que Lindemberg confessara o crime. ;O fato de ela mudar os argumentos da defesa é uma espécie de suicídio, mas acaba ajudando no trabalho da acusação.;

Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), antes de começar a falar ao juiz, Nayara Silva pediu que o réu não permanecesse na sala. Ela depôs por 1h25 e, além de descrever os dias em que foi mantida refém ao lado da amiga, afirmou que o acusado sempre questionava a vítima sobre o término do namoro.

O irmão de Eloá, Everton Pimentel, que era amigo do réu e chegou a negociar a libertação da irmã com Lindemberg por telefone, contou que o assassino era ciumento e possessivo com a ex-namorada. Último a depor, o PM Atos Valeriano afirmou que Lindemberg atirou em sua direção e quase o acertou ; o disparo atingiu uma parede.

Julgamento
A audiência deverá ser retomada na próxima quarta-feira, quando as testemunhas de defesa serão ouvidas por carta precatória no Fórum de Santana, Zona Norte de São Paulo, e apenas depois de um novo depoimento do acusado, ainda sem data marcada, será definido se Lindemberg vai ou não a júri. A previsão é que, mesmo com novos recursos da defesa de Lindemberg, o julgamento só ocorra em 2012.