São Paulo - Poder tocar uma pintura e sentir suas cores e formas. E, a partir daí, ir construindo a imagem de Santo Antônio, tal como foi pintada pelo artista Cândido Portinari. Esta é uma das sensações que serão proporcionadas aos visitantes da exposição itinerante que o Memorial da Inclusão, em São Paulo, promove até 24 de março. Até hoje, a obra estará em exposição na Igreja Santo Antônio, na cidade paulista de Brodowski.
A imagem que pode ser tocada é uma reprodução da obra de Portinari, adaptada e em relevo para poder ser tateada e sentida pelos visitantes. Ao tocá-la, é possível perceber o tecido, as formas do terço e do cordão e até a textura do cabelo de Santo Antônio.
Além dessa pintura, também estão em exposição ; e podem ser tocadas ; duas maquetes elaboradas pelo Museu Casa de Portinari, de Brodowski: uma delas permite conhecer a disposição espacial do museu e a outra possibilita conhecer a Capela da Nonna, com o relevo dos santos pintados por Portinari para a sua avó. Para aqueles que pretendem reconhecer os santos que estão em relevo na capela, também foram disponibilizas as imagens tridimensionais de cada um deles para serem tocadas pelos visitantes.
;Aqui é ao contrário (dos outros museus). Você pode tocar as obras;, disse, brincando, a curadora do Memorial da Inclusão, Elza Ambrósio.
A Pinacoteca do Estado também disponibilizou duas reproduções que podem ser tocadas. Uma delas é uma pintura de Tomie Ohtake e a outra, uma pintura de Arthur Timótheo da Costa, ambas elaboradas em resina branca e borracha texturizada de alto contraste com a intenção de aguçar a percepção dos deficientes visuais.
A ideia de trabalhar as obras de arte com acessibilidade passou a ser um projeto da Secretaria Estadual da Pessoa com Deficiência, onde funciona o Memorial, para os museus públicos paulistas. ;Estamos começando a trabalhar com isso (acessibilidade nos museus). Na Pinacoteca, já temos várias obras em braile e em relevo. No Museu Casa de Portinari, há vários itens de acessibilidade;, destacou Elza.
O Memorial da Inclusão foi inaugurado em 3 de dezembro de 2009 e reúne fotografias, documentos, manuscritos, áudios, vídeos e referências aos principais personagens e às iniciativas que viabilizam oportunidades e conquistas às pessoas com deficiência. O espaço aborda cada uma das deficiências: visual, auditiva, intelectual e física.
;Esse espaço aqui mostra nosso grande sonho de uma sociedade inclusiva. Temos piso tátil para pessoa com deficiência visual, todos os painéis tem descrição em braile, em fonte ampliada e sonora. E os totens podem ser elevados para pessoas com baixa estatura ou crianças. Ele foi planejado pensando-se em todas as pessoas. Todos os vídeos têm legendas;, descreveu Elza.
No dia 24 de fevereiro, o Memorial inaugurou sua versão virtual na internet. ;Lá tem tudo o que tem aqui, em formato virtual. Quando se acessa o site, tem-se a impressão de estar dentro do museu;, afirmou. Ao entrar na página eletrônica, é possível ouvir a descrição do Memorial e passear por seus painéis. O passeio virtual pelo Memorial pode ser feito neste endereço: http://www.memorialdainclusao.sp.gov.br.