Moradores indignados com o assassinato de Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e de Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17, aproveitaram a visita da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais no Aglomerado da Serra, para levar os deputados no local onde houve o duplo assassinato. Lá eles apontaram a discrepância em relação aos relatos do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) do que parece ter acontecido.
Quatro marcas de tiros de grosso calibre foram encontradas no chão perto de onde Renilson e Jeferson foram mortos. Os buracos seriam incompatíveis com o armamento apreendido pelos militares na madrugada de sábado durante a operação que resultou nos assassinatos. Os furos teriam cerca de 5 centímetros de diâmetro e grande profundidade.
Os moradores denunciaram aos deputados que as marcas teriam sido feitas por fuzis usados pela Polícia Militar e que os tiros teriam sido feitos de cima para baixo, o que pode indicar execução. Denúncias dão conta que pelo menos um dos mortos estava deitado no chão quando foi assassinado.
Testemunhas
A Polícia Civil começou a ouvir na manhã desta terça-feira, três testemunhas para tentar esclarecer as mortes no Aglomerado da Serra. Familiares de Jeferson estão entre as pessoas que prestam depoimentos no Departamento de Investigações. O delegado Fernando Miranda da Delegacia de Homicídios Centro-Sul é quem escuta as testemunhas.