Rio de Janeiro - Os recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Emergencial para os pequenos produtores da serra fluminense começaram a ser liberados hoje (22) pelo Banco do Brasil. Ao todo, os R$ 13 milhões disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) devem beneficiar 6,5 mil agricultores familiares de municípios atingidos pelas chuvas no mês passado.
Cada produtor poderá tomar até R$ 2 mil de empréstimo, que serão pagos num prazo máximo de dois anos, sem juros.
De acordo com o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, que participou nesta manhã da solenidade que marcou as primeiras operações da linha de crédito, em Nova Friburgo, os recursos vão ajudar as famílias a se manter nesta fase pós-tragédia e comprar insumos mais urgentes para retomar sua atividade produtora. Ele destacou que também há outras linhas, de maior volume financeiro e com prazos mais amplos de pagamento, para reestruturar a lavoura na região.
;Os recursos do Pronaf Emergencial vão ser importantes para as famílias que tiveram perdas significativas possam fazer as coisas mais básicas, como comprar elementos para sua manutenção e adquirir insumos, como sementes e adubos, enquanto esperam o financiamento tradicional, que também está disponível, de até R$ 200 mil para ser pago em até dez anos;, disse Áureo.
O superintendente estadual do Banco do Brasil, Tarcísio Hubner, garantiu que o processo de liberação do dinheiro é rápido e simples. ;Se o produtor já tiver a DAP [Declaração de Adaptação ao Pronaf], emitido pela Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural], basta ir a uma agência do Banco do Brasil e preencher uma única proposta, informando como pretende utilizar o recurso que o valor vai ser liberado em sua conta. Se ele não tiver a DAP, é preciso antes se dirigir a uma unidade da Emater e rapidamente conseguir o documento.;
A agricultora Margarete Ferreira, que teve sua propriedade no bairro de Conquista, em Nova Friburgo, destruída pelas chuvas e avalanches de terra, contou que espera começar a recuperar o solo com os recursos do Pronaf Emergencial. Segundo ela, com os deslizamentos toda a sua produção de aspargos e verduras orientais ficou soterrada, causando um prejuízo superior a R$ 150 mil.
;Só de aspargos eu produzia mais de 200 quilos por mês. Agora, o solo está inviável para a agricultura. Mesmo um mês depois da enxurrada, se você entrar lá ainda fica atolada. Vou usar o dinheiro para drenar as valas e tentar começar a reestruturar o solo para o plantio. Sem isso, não tem como pensar em voltar a produzir;, disse a produtora que acredita que vai ter que tomar outro empréstimo, com um volume de recursos maior, na instituição financeira.
Já o produtor de verduras e legumes Rogério Fernandes, morador do município vizinho de Bom Jardim, considerou baixo o valor do Pronaf Emergencial. Ele teve 100% da lavoura destruída pelas chuvas. ;O dinheiro é pouco em relação ao que a gente perdeu. Só vai dar para pagar a máquina para limpar o terreno. Vai levar muito tempo ainda para a gente se recuperar.;