Minas Gerais - O secretário de Estado de Defesa Social de Minas, Lafayette Andrada, convocou o Ministério Público para acompanhar as investigações sobre a ação policial na madrugada de sábado (19/2) no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, que culminou na morte de Renilson Veriano da Silva, de 29 anos, e do dançarino e auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17. De acordo com o secretário a convocação é para que "haja isenção nas investigações".
Os quatro policiais que se envolveram na confusão, um sargento e três soldados, estão afastados temporariamente das ruas. Eles fazem apenas trabalhos administrativos. As armas usadas por eles estão apreendidas. De acordo com a Polícia Militar, no dia do fato, por volta de 2h30, os quatro militares se depararam com aproximadamente 20 homens armados. Segundo a PM, doze deles usavam fardas do Grupo de Apoio Tático Especial (Gate) e da Polícia Militar. Houve troca de tiros e duas pessoas foram baleadas. O secretario Lafayette Andrada, manteve a versão da PM e disse que os militares "foram mal recebidos pela comunidade".
As versões de que as vítimas teriam levado tiros pelas costas e as fardas encontradas com os suspeitos serão alvos de investigações, segundo o secretário. O prazo para o inquérito policial militar ficar pronto é de 40 dias prorrogáveis por mais 20. Na terça-feira, Andrada vai se reunir com os líderes comunitários do Aglomerado da Serra.
Apuração imediata
Durante o Fórum dos Governadores do Nordeste, em Aracaju, na manhã desta segunda-feira, o governador Antonio Anastasia determinou a apuração imediata e minuciosa dos fatos ocorridos no final de semana, no Aglomerado da Serra.
Confronto
Na noite de domingo, moradores e policiais voltaram a se enfrentar. Várias pessoas ficaram feridas durante o confronto. Os militares usaram balas de borracha e bombas de efeito moral para tentar dispersar os manifestantes. Uma menina de 5 anos foi atingida por um estilhaço na perna.