Após 48 horas da ação da jovem Jussara Alves dos Santos, de 19 anos, que enterrou o próprio filho recém-nascido, na zona rural de Esperança, que fica a 146 km de João Pessoa (PB), o destino do bebê já está tendo um desfecho. A irmã da acusada, Jocélia Morena dos Santos Silva, de 24 anos, conseguiu a guarda temporária do sobrinho e pretende adotar definitivamente a criança.
De acordo com o coordenador do Conselho Tutelar de Esperança, Walter Oliveira, a irmã da acusada já demonstrou o interesse em criar a criança. Ela e os conselheiros estiveram na tarde de quarta-feira (9), no Hospital da Clipsi, visitando a criança, que continua sem expectativa de alta médica. "Ela pretende ficar com a criança, mas nós ainda vamos avaliar a situação sócio-econômica de sua família. Ela é casada e não tem filhos, e o que se sabe é que ela tem muita vontade de estar com o menino", disse. O conselheiro também informou que a filha de quatro anos da acusada está sob guarda dos avós.
A mãe do bebê, que está reclusa no Presídio Feminino, deverá passar por exames psiquiátricos no Hospital Juliano Moreira, em João Pessoa.
[SAIBAMAIS]De acordo com a delegada responsável pelo caso, Mairam Moura, a acusada passou por alguns exames, inclusive no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol), em Campina Grande. "O médico que a examinou acredita que o bebê não nasceu na última segunda-feira, como teria dito a acusada, e sim há mais tempo. Ele disse que já havia a cicatrização e elaborou um pequeno relatório sobre as primeiras impressões. Nós solicitamos exames psiquiátricos ao juizado de Esperança e devemos encaminhar a acusada ao Hospital Juliano Moreira, para saber se o crime teve influência do estado puerperal", contou.
A delegada informou que as investigações deverão continuar, mas a polícia já desconfia de que Jussara pode ter cometido o crime em perfeitas condições de saúde mental.
"Isso ainda será investigado. Só com o andamento da investigação é queteremos certeza se ela responderá por tentativa de infanticídio", disse. Conforme Moura, na próxima segunda-feira (14), será interrogado o homem conhecido como "Capacete", que segundo a acusada seria o pai da criança. "Mas apareceu outro homem, que coincidentemente chegou em Esperança no mesmo dia do crime. Ele veio de São Paulo e já seria um terceiro homem que manteve relações com ela. Um deles é o pai da menina mais velha, e os outros dois vão ser investigados para saber que é o pai do recém-nascido", contou a delegada.