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Padre pode ter morrido durante ritual de autoflagelação em Pernambuco

O perito Severino Arruda, responsável pela analise do corpo do padre jesuíta Ferdinand Azevedo, 72 anos, confirmou, na manhã desta quinta-feira (20/1), que a hipótese mais provável para a morte do padre é, realmente, um acidente durante um ritual de autoflagelação. Segundo o perito, analises mais aprofundadas realizadas esta manhã o fizeram considerar o autoflagelo com a principal causa para morte. Ele, porém, não descarta a possibilidade de o religioso ter cometido suicídio depois da autoflagelação.

O padre, professor e pesquisador da Universidade Católica de Pernambuco fazia seu retiro espiritual anual sozinho em um apartamento no bairro do Janga, em Paulista, de propriedade da arquidiocese. O corpo foi achado já em estado inicial de decomposição.

Um dos detalhes observados pelo perito foi o fato de a mão direita do padre estar solta, segurando uma corda, no momento em que o corpo foi encontrado. ;Isso pode ser um indício da autoflagelação;, comentou Severino. A investigação do caso está sendo feita pelo delegado Paulo Berenguer, que assumiu ontem o caso. Nesta quinta-feira, o delegado deve receber de Severino Arruda mais informações a respeito da perícia.

A hipótese de um ritual de autopunição começou a ser levantada durante reunião realizada nesta quarta-feira. De acordo com as informações, as pistas surgiram no cenário em que o corpo foi encontrado: uma corda amarrada à barriga e ao braço, uma corrente no pescoço e o corpo despido. A hipótese de suicídio não foi aceita pelo reitor da Unicap, padre Pedro Rubens, nem por ex-alunos e amigos de trabalho.

A opção de latrocínio, roubo seguido de morte, está praticamente descartada pela polícia, pois não foi levado nenhum pertence do religioso, incluindo R$ 600 encontrados no apartamento. Tampouco foram notados sinais de arrombamento ou luta corporal no local.

Com informações do repórter Raphael Guerra