Jornal Correio Braziliense

Brasil

Falta de organização e de pessoal prejudica o auxílio aos desabrigados

Apesar da mobilização para ajudar as vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, a falta de organização e de pessoal prejudica o auxílio aos desabrigados. Há relatos de moradores que pegam doações sem precisar ou ; tão grave quanto ; tentam comercializar os produtos. Em meio à tragédia, tentativas de saque também foram relatadas por comerciantes nas cidades afetadas.

O comando da Polícia Militar do Rio determinou a prisão de responsáveis por estabelecimentos que cobram preços abusivos na região serrana ; no fim de semana, houve casos de galões com cinco litros de água a R$ 40. A corporação informou ainda que 400 homens ajudam nos trabalhos de socorro e segurança das vítimas.

A sede da Cruz Vermelha no Rio centraliza o recebimento e a organização das doações. Todos os dias, voluntários se oferecem para auxiliar na distribuição dos donativos, que chegam a todo momento e mobilizam também pessoas do meio artístico, como o ator Rodrigo Santoro, que levou ontem duas caixas de materiais de limpeza à sede da corporação. Pelo menos 250 mil litros de água, 155 toneladas de alimentos, 3 mil cobertores, entre outros itens já foram arrecadados.

A mobilização também se estende a campanhas na internet. Alguns sites de compra coletiva convocam os clientes a ajudar as vítimas do desastre. O Peixe Urbano, por exemplo, em parceria com a entidade Move Rio, sugere um valor R$ 10 por compra a ser repassado. Em outro portal, o CityBest, é possível fazer doações a partir de R$ 5. No Twitter, uma internauta criou a conta @regiaoserrana1, em que divulga notícias e informações para quem quiser colaborar. O perfil tem 1.062 seguidores.

Necessidade
Em Brasília, a Polícia Militar recolhe alimentos não perecíveis, cobertores, materiais de higiene e água potável para enviar aos locais. Todas as unidades da corporação e os Postos Comunitários de Segurança recebem as colaborações.

De acordo com a Cruz Vermelha, os itens de maior necessidade são colchões, roupas íntimas, de cama, mesa e banho, material de limpeza e higiene, fósforos e velas, além de fraldas geriátricas e infantis.