Jornal Correio Braziliense

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Voluntária em abrigo de Nova Friburgo não sabe o paradeiro do avô

A vontade de ajudar a cidade onde vive fez a professora Ana Paula Gonçalves, de 29 anos, se oferecer como voluntária para cuidar dos desabrigados de Nova Friburgo, região serrana fluminense. Mas só depois de começar a trabalhar no abrigo montado na Sociedade Esportiva Friburguense é que ela descobriu que o avô também perdeu a casa no temporal.

Com os olhos cheios de lágrimas, a professora disse que não sabe onde está o avô. Sabe apenas que ele conseguiu sobreviver à destruição da casa, na localidade de Chácara do Paraíso. ;Eu me ofereci como voluntária sem saber que meu avô tinha ficado desabrigado também. Só fiquei sabendo ontem à noite, por meio de um primo, que ele perdeu a casa, mas está bem. Não consigo entrar em contato com ele. Não sei em que abrigo ele está;.

Enquanto serve comida aos cerca de 300 desabrigados que ocupam o clube, no centro da cidade, ela conta que o marido e a sogra também resolveram ser voluntários. ;Vimos a situação na televisão e nos sentimos impotentes. Pensamos no que poderíamos fazer para ajudar. Percorremos a cidade e acabamos encontrando esse abrigo;.

Segundo a pedagoga Ana Lúcia de Oliveira, que está ajudando a coordenar o abrigo, por enquanto não está faltando mantimentos ou colchões, mas ela avisa que qualquer ajuda é bem vinda, principalmente doações de garrafas de água mineral e material de higiene pessoal. ;Estamos trabalhando basicamente com voluntários e doações;.