A morte de cinco recém-nascidos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, entre 18 e 26 deste mês, levou a Secretaria de Saúde do município a fechar provisoriamente a unidade para a desinfecção do setor. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Arlan de Azevedo Ferreira, ao menos três das crianças morreram infectadas por uma bactéria resistente a medicamentos. Ferreira ainda aguarda o resultado de exames que confirmarão a causa da morte dos outros dois recém-nascidos.
A primeira das vítimas faleceu no último dia 18. Na véspera do Natal, dois bebês perderam a vida. E nos dias seguintes, 25 e 26, mais dois óbitos foram registrados. As mortes podem ter sido causadas, segundo o presidente do CRM, por um estafilococos resistente a diversos tipos de antibióticos que teria sido identificado no hospital no dia 18.
;Nos deixa assustado pela sua agressividade (da bactéria). A partir da morte da primeira criança, foi iniciado o tratamento das outras, mas a bactéria conseguiu vencer o medicamento;, explicou Ferreira, em entrevista à Rede Bandeirantes. Ele observou, porém, que as mortes não têm nenhuma relação com a KPC, a superbactéria que se espalhou por hospitais do país nos últimos meses e causou mais de 20 óbitos no Distrito Federal.
Ainda não há data prevista para que a UTI neonatal seja reaberta, mas, segundo o presidente do CRM, isso deve ocorrer em breve. O hospital alega que não foi negligente no caso. Informa que faz semanalmente os procedimentos adequados de desinfecção e destaca que os recém-nascidos que perderam a vida nasceram no interior do estado. Segundo a coordenadora de enfermagem, Frederica Machado, as infecções podem ter ocorrido durante o transporte e até no hospital onde os bebês nasceram.