Para 73% dos brasileiros, 2011 será melhor que o ano que passou, superando com folga a média global, de 42%. No grupo dos oito países mais otimistas do mundo, encabeçados pela Nigéria, não figura nenhum país desenvolvido. São eles: Nigéria (83%), Brasil (73%), Vietnã (73%), China (67%), Gana (64%), Argentina (60%) e Bangladesh (60%).
Esse é um dos resultados da pesquisa Barômetro Global de Otimismo, realizada pelo IBOPE Inteligência em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research (WIN), que tem por objetivo medir a expectativa da população mundial para o ano seguinte, através dos indicadores de esperança e descrença.
Otimismo no mundo
A América Latina é a região mais otimista no mundo, liderada pelo Brasil. O segundo continente mais otimista é a África, puxado por Nigéria e Gana, apesar do impacto negativo dos indicadores de Egito e Camarões. A Ásia é o terceiro, favorecido pelos bons números de China e Vietnã.
Já os países árabes prevêem continuidade em 2011 em relação a 2010. Os países que formavam o antigo bloco soviético, por sua vez, não têm boas perspectivas: apenas 27% estão otimistas. A Europa é o continente mais temeroso em relação a 2011, apesar dos bons indicadores apresentados pelos países nórdicos.
Histórico nacional
No Brasil, o otimismo de 73% apontado em relação a 2011 é o mais alto da série histórica, mantendo o mesmo patamar de 2009 (71%). Em 30 anos, o indicador do otimismo brasileiro praticamente dobrou: em 1980 os otimistas eram 38%, em 1990 eram 49%, em 1997 eram 59% e, neste ano, 73%.
O indicador atualizado reflete o ótimo momento da economia brasileira, remetendo a outros picos significativos de otimismo experimentados em 1994 (68%), no auge do Plano Real, e em 1989 (60%), com a vitória da campanha pelas eleições diretas.
Regiões do Brasil
Observadas as diferenças nas respostas pelas regiões do Brasil, nota-se um maior otimismo na região Nordeste (82%), cujo crescimento econômico tem sido muito vigoroso. Já nas demais regiões do País, o otimismo aproximado das pessoas é de 70%.
Prosperidade econômica
Perguntados se 2011 será um ano de maior ou menor prosperidade econômica, 56% dos brasileiros acreditam que o ano que vem será melhor, 31% acreditam que se manterá igual e 9% acreditam que será pior. Na média mundial, os pessimistas somam 28% da população, ou o equivalente a três vezes a proporção encontrada no Brasil.
O Brasil é o segundo no ranking dos países onde há menor pessimismo, empatado com o Vietnã em 9% das pessoas e perdendo apenas para a Nigéria, onde somente 2% acreditam em dificuldade econômica para 2011.
No BRIC, onde a expectativa média de prosperidade é de 49%, o índice é puxado para cima pela China (58%) e Brasil (56%), acompanhados de Índia (42%) e Rússia (30%). No G7 (Canadá, EUA, Reino Unido, Japão, Itália, França e Alemanha) o cenário é bem diferente, com expectativa média de prosperidade compartilhada apenas por 17% das pessoas, enquanto 36% crêem em dificuldade econômica.
Empregabilidade
A pesquisa também questionou a população global quanto à expectativa de crescimento ou não do desemprego, à estabilidade ou não do atual emprego, além da facilidade ou não de se obter um novo emprego.
O Brasil está entre os países com menor expectativa de aumento de desemprego, em terceiro lugar no ranking, com apenas 26% das pessoas acreditando que o índice possa subir. Além do otimismo em relação à empregabilidade, vale salientar que a atual taxa de desemprego está entre as mais baixas do histórico brasileiro.
Os países que mais acreditam no aumento do desemprego são Reino Unido (74%), Paquistão (72%), França (67%) Romênia (65%) e Itália (61%). A América Latina é a região do mundo que menos acredita no crescimento do desemprego (30%).
Aqueles que mais esperam pela queda do desemprego são os norte-americanos (41%), seguidos pelos latinos (35%).
Questionados quanto à estabilidade do atual emprego, os brasileiros sentem-se um pouco mais seguros do que há um ano. Hoje, 61% crêem na estabilidade contra 54% no ano passado. O indicador atual está na média do aferido pelo mundo, onde 62% sentem-se seguros no atual emprego. A Europa Oriental e os países que formavam o antigo bloco soviético lideram o ranking de insegurança em relação ao emprego.
Por fim, 31% da população global acredita que conseguiria um emprego com rapidez, caso perdesse o atual. No Brasil, quinto melhor colocado nesse ranking, 54% dizem que teriam facilidade de encontrar um novo trabalho. À sua frente, figuram Holanda (58%), Islândia (56%), Bélgica (55%) e Finlândia (55%). Na América do Norte, apenas 21% têm a mesma crença.
A pesquisa Barômetro Global de Otimismo ouviu mais de 64 mil pessoas em 53 países, representando 76% da população mundial. A margem de erro da pesquisa global está estimada em torno de 3,5 pontos percentuais, com 95% de intervalo de confiança.
No Brasil, o Ibope Inteligência realizou 2.002 entrevistas domiciliares, ouvindo toda a população de 16 anos ou mais.