O Ministério Público (MP) estuda a reabertura 13 casos de assassinatos dos chamados crimes de maio, ocorridos em 2006, na Baixada Santista, após uma série de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o promotor de Justiça Cássio Roberto Conserino, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Santos, pretende-se retomar as investigações com a utilização de "métodos menos tradicionais e mais tecnológicos".
Até hoje, passados quatro anos, não foram apontados os responsáveis por dezenas de mortes ocorridas naquele mês de maio. Existe a suspeita da participação de policiais. De acordo com Conserino, os crimes foram motivados por "uma reviravolta do crime organizado contra o Estado".
O Ministério Público resolveu estudar a reabertura dos casos após encontrar indícios da participação de ao menos três policiais militares no assassinato de Rafael Souza de Abreu, ocorrido em março de 2010. Segundo o MP, os agentes foram contratados por um comerciante para matar o rapaz por acreditar que ele havia participado de um roubo contra sua loja. O MP já ofereceu denúncia contra os envolvidos e aguarda resposta da Justiça.
A investigação conseguiu apontar os suspeitos com base no relato de testemunhas e na bilhetagem dos rádios comunicadores, procedimento que aponta onde e quando o equipamento foi usado. Essa é uma das ferramentas que o MP pretende utilizar caso se iniciem novas investigações relativas aos crimes de 2006.
O promotor Roberto Conserino é contra o pedido de federalização dos casos, proposto pelas mães das vítimas e entidades de defesa dos direitos humanos. Segundo o promotor, os órgãos estaduais não se omitiram e têm total capacidade de investigar os crimes, o que torna sem sentido o pedido de que os assassinatos sejam apurados pela Polícia Federal.