Os pais do casal de gêmeos de 11 meses torturado pela babá Cristiane de Azevedo Boeira, 35 anos, não acreditaram na suspeita da pediatra das crianças de que elas estavam sendo vítimas de violência.
Pelo menos foi essa a resposta dada por eles à delegada Suely Rech, da Proteção à Criança e ao Adolescente, quando questionados sobre o porquê de os flagrantes de tortura terem se arrastado por 23 dias, de 9 de novembro a 1; de dezembro, sem que nenhuma providência tivesse sido tomada pela família.
"Eles (os pais) não acreditavam que isso pudesse estar acontecendo", confirmou Suely, nesta quinta-feira (16), por telefone, ao Pioneiro.
A babá foi presa na quarta-feira (15) e recolhida na Penitenciária Industrial de Caxias do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. Depois de suspeitas da mulher ter sido agredida, ela foi transferida para a Penitenciária Regional do Apanhador.
Flagrante
Nas imagens, disponíveis no site do Pioneiro e já assistidas mais de 30 mil vezes, há registros de tortura captados nos dias 9, 10, 16, 17, 23 e 30 de novembro e 1; de dezembro.
A família teria instalado as câmeras de vídeo na residência no início de novembro, depois que a pediatra das crianças afirmou que a clavícula quebrada do menino poderia ser resultado de maus-tratos.
Porém, a família ficou pelo menos 23 dias sem ver o que as câmeras estavam captando. Quando viram as fitas, quase um mês depois, foram à polícia delatar a babá.
Ao longo de todo o dia de quinta-feira, o Pioneiro tentou falar com o casal, de classe média alta, sobre a demora em constatar as agressões, mesmo após o alerta da pediatra.
O pai atendeu o telefone por duas vezes e disse que não poderia falar por orientação do advogado. A mãe não foi localizada.