Foz do Iguaçu (PR) - Os governos do Brasil e da Bolívia assinaram nesta quinta-feira (16), em Foz do Iguaçu, um acordo de cooperação que prevê fortalecer as operações bilaterais conjuntas e ações de inteligência, impedindo o tráfico de drogas, pessoas e de armas, além de crimes ambientais, principalmente na fronteira entre os dois países.
De acordo com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o acordo prevê a expansão da cooperação dos dois países em cinco áreas: formação e capacitação policial, operações conjuntas e de inteligência, lavagem de dinheiro, fortalecimento das relações de fronteira e migratória. O documento foi assinado por Barreto e pelo ministro de governo da Bolívia, Sacha Llorenty. O acordo ainda precisa ser confirmado pelos legislativos dos dois países.
Entre os cinco planos de ação, Barreto destacou as operações conjuntas entre as polícias brasileira e boliviana e de inteligência. Isso, assinalou, servirá para mapear o crime organizado na fronteira.
De acordo com o ministro, é preciso que a sociedade esteja atenta para esse problema. "A sociedade tem que despertar para esse problema grave da violência, que é muito vinculado ao tráfico de drogas e de armas. Quando as pessoas estão consumindo drogas, não podem esperar por um Brasil tão seguro.;
Acordo semelhante, segundo o ministro, está sendo proposto ao Paraguai e pode ser assinado em breve. O Brasil também pretende que o mesmo tipo de cooperação seja estabelecida com o Uruguai, a Colômbia e o Peru. De acordo com Barreto, a meta é ter um sistema mais efetivo de combate aos crimes na fronteira em toda a América do Sul.
Também foi aprovado hoje, durante a reunião de ministros das Relações Exteriores do Mercosul e de países associados, o mandado de captura de pessoas procuradas pela Justiça, projeto que já tinha sido assinado pelos ministros de Justiça.
O acordo abrange os quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), além da Bolívia, Equador, Colômbia e Peru. Por meio da expedição do Mandado Mercosul de Captura será permitida a prisão de pessoas foragidas da Justiça no território de qualquer um desses países. Elas serão entregues aos países onde estão sendo procuradas sem a necessidade de processo de extradição.
O acordo sobre Mandado Mercosul de Captura e Procedimentos de Entrega ainda precisará ser aprovado pelos legislativos de todos os países do bloco, o que, segundo o ministro, deve ocorrer no próximo ano.