O Anjo Bom da Bahia, Irmã Dulce, é oficialmente beata e já pode receber manifestações públicas de devoção, com a inclusão de seu nome no calendário de festas litúrgicas da Igreja Católica. O Papa Bento XVI assinou ontem o decreto que oficializa a beatificação de Irmã Dulce, um mês e meio depois de a Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano ter reconhecido um milagre atribuído a ela. Oficialmente beata, Irmã Dulce, agora, passa a ser declarada ;bem-aventurada Dulce dos pobres;.
O processo de beatificação de Irmã Dulce teve início em 2000. No último mês de outubro, o Vaticano anunciou o reconhecimento de um milagre que teria sido praticado pela religiosa. O milagre não é detalhado pela Igreja Católica, mas seria um caso de cura no interior da Bahia. Uma mulher desenganada pelos médicos depois de sofrer uma hemorragia pós-parto teria se curado por intervenção de Irmã Dulce. Uma comissão de médicos examinou o caso e chegou à conclusão de que a cura não poderia ter sido obtida por méritos exclusivos da medicina.
O reconhecimento do milagre foi feito com o anúncio de que Irmã Dulce seria convertida em beata, 10 anos depois do início de todo o processo. Com a assinatura do decreto, ontem, pelo Papa Bento XVI, a religiosa passou oficialmente à condição de beata. Agora, a beatificação propriamente dita deverá ocorrer numa missa no primeiro semestre de 2011. A data prevista é 22 de maio, um domingo, dia dedicado a Santa Rita de Cássia.
O próximo passo, agora, após a beatificação, é a canonização. Para ser considerada santa, mais dois milagres de Irmã Dulce precisam ser comprovados e reconhecidos pelo Vaticano.
Irmã Dulce nasceu em Salvador, em 1914. Destacou-se por suas obras de caridade e assistência aos pobres. A ajuda a mendigos e a enfermos começou aos 13 anos de idade. Cinco anos depois, ela ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em Sergipe. Irmã Dulce voltou à Bahia dois anos depois, onde dedicou-se por uma vida inteira a obras de caridade. Em 1991, cinco meses antes de morrer, recebeu o papa João Paulo II em seu leito de enferma.