Três funcionários da Legião da Boa Vontade (LBV) morreram em um acidente aéreo no começo da noite de ontem, depois que o avião em que estavam caiu numa área de pasto no distrito de Córrego do Feijoal, em Bom Jesus do Galho, no Vale do Rio Doce, em Minas. O piloto João Vicente Granha, de 40 anos, e o diretor-executivo da LBV Paulo Duarte, de 46, sobreviveram e foram levados em estado grave para o pronto-socorro municipal de Caratinga, com várias queimaduras pelo corpo.
De acordo com as primeiras informações, a equipe da instituição filantrópica seguia de Vitória (ES) para Brasília (DF). O sargento Izaías Martins da Silva, do Corpo de Bombeiros de Manhuaçu, contou que aparentemente o piloto tentou realizar um pouso forçado, porém, o terreno do pasto é irregular e teria contribuído para um forte impacto no solo, que resultou na explosão da aeronave, um bimotor Beechcraft, prefixo PT-LEU.
"Ao que parece, o avião não chegou a cair, pois sua estrutura não apresenta sinais de destruição devido ao toque com o terreno. O impacto pode ter causado a explosão que destruiu em grande parte a aeronave, principalmente as asas, onde ficam os tanques de combustível, e a cabine", explicou o militar. Uma voluntária dos Bombeiros de Caratinga informou que o piloto João Vicente teve queimaduras graves por todo o corpo e foi socorrido em estado de choque devido aos ferimentos. Já Paulo Duarte teve escoriações e queimaduras de menor proporções, e seu estado inspira cuidados.
Os mortos seriam a assessora de imprensa da LBV de Brasília, Belkis Faria, o fotógrafo Clayton Ferreira e o cinegrafista Rodrigo Mafra, ambos de São Paulo. Paulo Duarte, além de diretor-executivo da LBV, é empresário paulista do ramo de construção. Na terça-feira ele deu início à jornada de distribuição de cestas básicas por várias capitais, dentro da tradicional campanha Natal Permanente da LBV ; Jesus, o Pão Nosso de cada dia. Depois de visitar Curitiba (PR), na quarta-feira a equipe veio a Belo Horizonte, e ontem seguiu para Vitória. Hoje iria realizar a entrega a pessoas carentes em Goiânia (GO).
O proprietário do avião, o advogado paulista Márcio Pollet, disse ontem à noite que emprestou a aeronave para Paulo Duarte, que é seu cliente. "Não entendo o que ocorreu. O avião saiu da revisão na semana passada e estava tudo em ordem. O João Vicente presta serviço para mim e é um piloto experiente. O Paulo me pediu o avião emprestado para distribuir as cestas para as pessoas carentes. Eu apenas recomendei que, mesmo tendo lugar para seis pessoas, que não colocassem mais que cinco, contando com o piloto." O advogado contou ainda que adquiriu a aeronave, do ano de 1975, há um ano e meio. Desde então vem fazendo uso regular do aparelho, mantendo a manutenção em dia.
O local do acidente foi isolado por militares da PM de Caratinga e hoje técnicos da aeronáutica devem seguir para o local para fazer os levantamentos que vão apontar as causas do acidente. Bombeiros voluntários chegaram a conter parte das chamas com extintores de pó químico.