Brasília - Os cidadãos brasileiros não acreditam na honestidade da Justiça nem que haja imparcialidade e rapidez nas decisões. É o que revela um estudo lançado nesta quarta-feira (17/11) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a percepção da sociedade em relação aos serviços públicos. A pesquisa tem como objetivo formular um indicador para avaliar a percepção da população em relação aos serviços prestados pelo Estado.
Numa escala de 0 a 4, a honestidade da Justiça teve média de 1,17. A imparcialidade no tratamento dos cidadãos e a rapidez na decisão dos casos tiveram 1,18. Esses índices ficaram abaixo da média de 2 pontos estabelecida pela pesquisa para essa escala.
Também foi avaliada a percepção das pessoas sobre o custo e a facilidade do acesso à Justiça, que tiveram 1,45 e 1,48, respectivamente, e sobre a dimensão da capacidade de produção de boas decisões e de resolução justa de conflitos (1,60).
Quando avaliada de maneira geral, a Justiça recebeu nota 4,55 numa escala de 0 a 10.
Usando um recorte geográfico, é possível notar diferenças entre as cinco regiões brasileiras. No Norte e no Centro-Oeste, a Justiça, se avaliada de maneira geral, recebeu nota 5,27 e 5,30, respectivamente, numa escala de 0 a 10. No Nordeste, a nota foi 4,70; no Sul, 4,26; e no Sudeste, 4,07.
A pesquisa também avaliou a percepção nos casos em que os entrevistados já tiveram processos tramitando em alguma instância judiciária como proponente da ação ou como réu.
As pessoas que tiveram ações na Justiça como proponentes atribuíram ao serviço nota 3,79. No caso dos réus, a média foi de 4,43. Aqueles que nunca tiveram processo tramitando no Judiciário deram nota 4,86. A escala, nesses casos, varia de 0 a 10.
Foram entrevistadas 2.770 pessoas nas cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 5% e o grau de confiança é de 95%.