A 15; Parada do Orgulho Gay do Rio de Janeiro tem este ano entre as principais bandeiras a aprovação pelo Congresso do Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a homofobia. Nem a chuva fina que caiu durante a tarde deste domingo (14/11) afastou a multidão que desfilou ao som de 13 trios elétricos na praia de Copacabana.
Fundador da Parada do Orgulho Gay, o superintendente de Direitos Individuais e Coletivos do governo do Rio de Janeiro, Claudio Nascimento, ressaltou que são necessários mais avanços legislativos para consolidar a luta contra a discriminação de gênero no país.
;É preciso avançar agora e transformar essa visibilidade que conquistamos em vitórias nos direitos civis. É fundamental a aprovação da lei para tornar crime a prática de discriminação contra homossexuais e também o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo.;
Uma questão que continua preocupando é a violência contra pessoas por questão de gênero, segundo Nascimento.
;Um homossexual morre assassinado por dia no Brasil. De julho até agora, mais de 1,5 mil homossexuais sofreram discriminação, segundo os dados registrados no Disque Cidadania Homossexual [0800 023 4567].;
Apesar das dificuldades, ele reconhece que houve avanços nas lutas da comunidade lésbicas, gays, bissexuais e travestis (LGBT) nos últimos anos.
;Quinze anos atrás a gente sequer era recebido em uma delegacia de polícia nem tinha esse tema debatido nos governos e nos legislativos. Hoje o assunto é parte da agenda pública brasileira, mostrando que a comunidade gay, de lésbicas e travestis conquistou um espaço concreto de debates.;
O retrocesso nos debates políticos da última campanha eleitoral, em relação à discriminação contra união de pessoas do mesmo sexo, foi criticado pelo presidente do Grupo Arco-Íris, Julio Moreira.
;A campanha eleitoral sofreu pressões muito grandes de setores conservadores ligados a algumas religiões, o que é muito perigoso, pois vai contra a laicidade do estado.;
Moreira afirmou que são esperadas conquistas definitivas para o governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff.
;Com certeza avançamos muito nas políticas públicas, mas estamos ainda muito distantes de conseguir uma igualdade de direitos no Brasil. A gente precisa trabalhar com a sociedade para que ela possa acolher a todos, independentemente de sua raça, credo e sexualidade. As duas bandeiras-chave são a união civil e a criminalização da homofobia. A gente não admite ficar mais quatro anos sem essas reivindicações garantidas.;