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Mulher infectada pela superbactéria morre em hospital pernambucano

A Secretaria de Saúde de Pernambuco confirmou a primeira morte no estado de um paciente infectado pela superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC).

Os médicos investigam se a morte do paciente está diretamente relacionada à superbactéria ou se houve outra causa, segundo a secretaria. A vítima é uma mulher, de 57 anos, internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital privado desde o dia 7 de setembro. Ela sofria de hipertensão crônica, diabetes e da Síndrome de Cushing ; doença causada pelo excesso do hormônio cortisol no sangue. A secretaria não informou o motivo da internação.

O hospital notificou o órgão estadual na manhã de ontem (26) de que havia confirmado a presença da bactéria nos exames da paciente. No entanto, não foi possível aplicar o tratamento adequado a tempo, porque a paciente morreu por volta das 13h, segundo a secretaria. O hospital deverá coletar material de internados na mesma UTI para verificar se há mais casos da infecção.

Os 78 hospitais do estado com leitos de UTI, públicos e privados, são obrigados a notificar casos de KPC e infecção hospitalar provocada por micro-organismos resistentes a antibióticos, como prevê decreto estadual.

O estado de Pernambuco contabiliza cinco casos confirmados de KPC, além da morte sob investigação. Os pacientes estão isolados e em tratamento, conforme recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No Distrito Federal (DF), a morte de um homem, de 78 anos, está sob investigação para saber se foi provocada pela bactéria KPC. Ele estava internado há dois meses no Hospital de Base depois de passar por uma cirurgia cardíaca. O laudo conclusivo sobre a presença da KPC deve ficar pronto em 30 dias, informou a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

O DF enfrenta um surto de contaminação pela KPC. Os dados recentes indicam 183 ocorrências e 18 mortes. Há registros de casos da KPC em São Paulo, em Minas Gerais, em Goiás, em Santa Catarina, no Espírito Santo, no Paraná e na Paraíba, de acordo com levantamento da Anvisa e das secretarias estaduais de saúde.

A carbapenemase (o C da KPC) é uma enzima que dá a alguns tipos de bactéria resistência a antibióticos de uso habitual. Os casos, até agora, estão restritos a pessoas hospitalizadas com baixa imunidade, como pacientes de UTIs. A superbactéria pode ser transmitida por contato direto ou pelo uso de objetos em comum. Especialistas dizem que lavar as mãos com água e sabão é a medida mais eficaz para evitar a disseminação da KPC e dos microorganismos resistentes no ambiente hospitalar.