Recife ; A polícia da capital pernambucana, que investiga o assassinato do iraniano Bahman Guerafar, 71 anos, confirmou que os R$ 45 mil sacados do cofre da empresa da vítima não chegaram ao destino final: a conta-corrente da família do estrangeiro, que mora em Paris, na França. Tudo indica que o dinheiro tenha sido roubado pelo autor do assassinato. O que para a polícia reforça a hipótese de latrocínio.
Ontem, o delegado Wagner Domingues assistiu às filmagens do circuito de segurança do condomínio com o objetivo de confrontar as imagens com os depoimentos já prestados no DHPP por um zelador e dois porteiros do prédio. O empresário Bahman Guerafar foi encontrado morto em seu quarto debruçado sobre a cama em cima de um par de óculos e de um livro. Ele apresentava várias lesões no corpo e um ferimento na parte lateral direita da cabeça. A perícia feita com o reagente luminol comprovou que o empresário foi morto no apartamento e que havia mais manchas de sangue no quarto.
O delegado Wagner Domingues disse que um dos porteiros do edifício, José Barbosa da Silva, contou que viu um dos funcionários que trabalhava na obra de reforma do apartamento do empresário deixar o prédio por volta das 15h da última segunda-feira, dia em que o empresário foi visto pela última vez. Segundo a testemunha, o mesmo funcionário saiu dizendo que bateu na porta do apartamento do iraniano, mas não conseguiu falar com ele. Por isso, o homem teria dito ao porteiro que iria colocar crédito no celular para ligar para o patrão e mais tarde voltaria ao condomínio. O que acabou não acontecendo.
Segundo o depoimento do porteiro, o funcionário, que teria aproximadamente 25 anos, seria o mesmo que viajou para a França com o iraniano, onde passou alguns meses trabalhando para a família do estrangeiro na Europa. ;Apesar de o depoimento ser comprometedor para o empregado, que trabalhava na obra de reforma do apartamento, continuamos com um leque grande de suspeitos. Por enquanto, não dá para eliminar ninguém. Posso dizer apenas que não há dúvidas de que o autor do crime conhecia bem a rotina da vítima;, observou Wagner Domingues.
De acordo com a polícia, o iraniano tinha chegado da França na sexta-feira da semana passada. Foi para o Recife justamente para acompanhar as obras de reforma do apartamento em Boa Viagem e também receber o dinheiro que foi roubado.
Segundo Wagner Domingues, a última pessoa que viu o iraniano vivo foi um outro funcionário, que esteve com ele por volta das 14h da segunda-feira. O funcionário, que trabalha na parte administrativa da empresa do irianiano, também já prestou depoimento na noite da última quarta-feira e foi liberado.