Para a diretora do Hospital de Custódia do Rio Grande do Norte, Maria Nayran de Andrade, três presas devem ter recebido apoio de pessoas externas para conseguirem pular o muro e fugir da unidade, localizada ao conjunto Santarém, zona Norte de Natal, no início da manhã desta quinta-feira (23). Segundo ela, as detentas, todas traficantes, aproveitaram o momento em que trocavam de roupa para trabalhar na cozinha do presídio e escaparam, sem serem notadas.
Maria Nayran explica que as detentas cumprem pena no regime fechado do Complexo Penal João Chaves. Elas faziam parte da equipe da cozinha do complexo, ao qual está vinculado o hospital, e que prepara a comida para todas as unidades prisionais da zona Norte de Natal. Como de costume, por volta das 6h da manhã de ontem, Lucinalva Sales de Lima, Lúcia Alves da Silva e Tatiana Souza de Queiroz foram para uma ala nos fundos da unidade, onde fica acozinha, para trocarem de roupa antes de irem trabalhar. "A cozinha é chefiada por um homem, mas esse não podia, naquele momento, entrar no local onde elas trocam de roupa, para preservar a intimidade das presas". No entanto, após a demora das detentas a se apresentarem para o trabalho, o supervisor notou que elas tinham desaparecido.
A diretora do hospital acredita que o trio tenha recebido apoio externo para conseguirem fugir. "O dia anterior era o de visitas e elas devem ter combinado com familiares a fuga, para jogarem lençóis por cima do muro e escaparem". A forma da fuga, porém, segundo Maria Nayran, ainda é desconhecida. O muro que cerca o hospital mede cerca de seis metros de altura.
De acordo com a diretora do hospital, Lucinalva e Tatiana trabalhavam na cozinha da unidade desde março deste ano e Lúcia desde maio. Apenas as detentas que apresentam bom comportamento são escolhidas para o serviço. "Para cada três dias de trabalho, elas ganham um de remissão na pena". Além disso, elas ganham um salário, do qual 20% é depositado no fundo penitenciário nacional e elas recebem a metade. A outra parcela é aplicada em poupança que elas só poderão retirar a quantia ao término da pena. Ao todo, 20 detentas participam da equipe da cozinha na unidade.