Jornal Correio Braziliense

Brasil

Principais integrantes da PRF no Rio são afastados dos cargos

Os principais integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio de Janeiro foram afastados de suas funções, desde esta sexta-feira (17/9), depois que a Polícia Federal desencadeou a Operação Cebus Apella, e prendeu três pessoas da corporação. Entre os detidos está Marcelo Lessa, que estava afastado da PRF para se candidatar a deputado federal, e é considerado o líder do esquema de corrupção, que teria finalidade eleitoreira. Uma escuta telefônica, instalada com autorização judicial, mostrou que Lessa extorquiu de um comerciante chinês R$ 150 mil para sua campanha política. Todo o esquema, segundo a Polícia Federal, foi montado por Lessa, que contava com apoio de outros colegas de PRF. Entre eles, o superintendente da corporação no Rio, Carlos Hamilton Fernandes Pinheiro, além de chefes de vários setores. Na Operação Cebus Apella - nome científico do macaco-prego -, além de Lessa, foram presos o chefe do posto da PRF no bairro da Pavuna, Erly Simões e Antônio Márcio Rodrigues de Matos, braço direito do candidato, que era chefe substituto da Seção de Policiamento e Fiscalização no estado. Segundo a investigação, além do valor da extorsão, o comerciante chinês abordado pelo grupo tinha que pagar R$ 10 mil mensais para a campanha de Lessa. O esquema também liberava veículos apreendidos na Via Dutra em troca de propina e facilitava a fiscalização para três empresas de transporte coletivo, de acordo com as denúncias. Em troca, o candidato recebia ônibus para usar nas regiões carentes, com finalidades eleitorais. Segundo os procuradores que atuaram no caso, havia o "nítido propósito" da cúpula da PRF no Rio de contribuir para a eleição de Lessa. O delegado da PF que trabalhou no caso Marcelo Daemon também acredita que todo o esquema girava em torno de Lessa, com o objetivo de elegê-lo deputado federal "Em troca de vantagens econômicas, as empresas de ônibus não sofriam autuações ou fiscalizações", disse.