Rio de Janeiro - A Polícia Civil do Rio de Janeiro recebeu o primeiro Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) do país. Na unidade, serão analisados dados com o objetivo de produzir provas, com base em materiais coletados pela Justiça. De acordo com a coordenadora do laboratório, Patrícia Alemany, a experiência está sendo replicada pelo Ministério da Justiça para outros estados e dará suporte às grandes investigações.
;Não basta prender os criminosos, pois mesmo na prisão eles conseguem controlar a quadrilha que fica fora. A Polícia Civil visa hoje a [acabar] com o fluxo financeiro dessas quadrilhas, principalmente de combate ao tráfico de drogas e à milícia no Rio de Janeiro;, destacou a Alemany. O convênio para a implantação da unidade foi assinado na noite de ontem (26) entre o Ministério da Justiça e a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Segundo a delegada que coordena o projeto, no laboratório, será possível analisar um número de dados complexos por meio de softwares sofisticados para a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico. Ela afirmou que São Paulo, Minas Gerais e Bahia em breve também vão receber um laboratório de alta tecnologia para combater a lavagem de dinheiro.
O chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, destacou a importância do laboratório no combate à criminalidade.
;Essa inauguração representa um marco na história da Polícia Civil. O laboratório vai mexer com o coração das quadrilhas, monitorando financeiramente [as quadrilhas], atingindo o que é mais importante dos bandidos. Nossos policiais foram qualificados em Brasília, no Ministério da Justiça, e estão preparados para desenvolver esse trabalho;, afirmou Turnowski.
O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, também falou da importância de se combater o crime organizado.
;O crime organizado é uma indústria, nós só podemos acabar com ela se nos debruçarmos na inteligência policial. Precisamos perceber com inteligência que essa indústria é mantida com equipamentos avançados e cortá-las suas raízes;, observou Balestreri.