Levy argumenta que Bussamra parou logo em seguida ao acidente ocorrido na terça-feira passada em um trecho do Túnel Acústico que estava fechado para manutenção. Primeiro, pediu socorro aos bombeiros. Depois, quando se preparava para voltar ao local do acidente, dentro do túnel, foi abordado pelos policias militares Marcelo Leal e Marcelo Bigon. ;Os PMs encostaram ao lado do carro do Rafael dizendo que ele tinha que ir para a delegacia. Os policiais nem se preocuparam em saber como estava o Rafael;, contou Levy. ;Os PMs falaram: ;Você já ligou e o socorro está vindo. Agora, temos que ir para a DP;;, complementou o advogado.
Na sexta, o pai do atropelador, Roberto Bussamra, afirmou em depoimento ter sido obrigado a pagar R$ 1 mil para que os policiais liberassem o jovem após o atropelamento. Roberto afirmou que os policiais pediram R$ 10 mil de propina. Também em depoimento, Rafael disse ter sido impedido de registrar um boletim de ocorrência. Os policiais colocaram o rapaz em um carro da PM, que deu voltas pelo Jardim Botânico. O ;passeio; foi flagrado por uma câmera de segurança.
Simulação
A Corregedoria Interna da PM solicitou à Auditoria de Justiça Militar que decrete a prisão preventiva de 30 dias dos dois policiais militares. Ambos se apresentaram à polícia no fim de semana, e estão presos no 23; BPM (Leblon), onde trabalhavam.
Uma reconstituição do crime estava prevista para a madrugada de hoje. Rafael Bussamra, responsável pelo atropelamento, os três amigos que estavam com ele na ocasião, além de amigos do skatista atropelado foram convocados para a simulação, considerada pela polícia uma boa forma de esclarecer o que ocorreu.
"Os PMs encostaram ao lado do carro do Rafael dizendo que ele tinha de ir para a delegacia"
Spencer Levy, advogado de Rafael Bussamra
Spencer Levy, advogado de Rafael Bussamra