Duas mulheres em hora e no locais errados. Foi assim que Gláucia Calixto Dutra Lucas, 45, e Jadinete Ana da Silva Cordeiro, 48, foram envolvidas de forma trágica na história do assalto ao carro-forte da Preserve Vigilância, na Ilha do Leite.Ambas foram vítimas de balas perdidas, fruto do tiroteio, na Avenida Caxangá, no Cordeiro, entre policiais da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) e um dos seis bandidos que fizeram o roubo.
No momento da troca de tiros, Gláucia estava entrando na agência do Bradesco para fazer um pagamento. Relatos de testemunhas indicam que uma bala estilhaçou a porta de vidro do banco, pegando de raspão no braço direito da vítima. Ela foi socorrida para o Hospital Getúlio Vargas (HGV), onde recebeu atendimento médico e teve alta.
O caso mais grave foi o de Jadinete Cordeiro. Ela estava no ponto de ônibus da Avenida Caxangá, no sentido cidade/subúrbio, quando teve o abdome ferido por uma bala perdida durante o tiroteio. Uma ambulância do Samu prestou socorro e levou a vítima para o HGV. Ela foi submetida a uma cirurgia e está internada na UTI em estado grave. Segundo um colega da empresa de contabilidade onde a auxiliar administrativa trabalha, a poucos metros da parada de ônibus, Jadinete chegou cedo ao escritório ontem e havia saído para resolver problemas pessoais quando ocorreu a fatalidade. "Ficamos chocados com a notícia. É triste saber que estamos todos expostos à violência dessa forma", lamentou o colega, que não quis ter o nome revelado. Jadinete é casada e tem três filhos.
Vidros estilhaçados e uma porta de madeira provisória na entrada do Bradesco, bem como uma mancha de sangue no chão da parada de ônibus, eram os indícios da violência. O tenente Paulo Henrique Gomes, do 16; Batalhão da PM, acredita que os dois disparos que atingiram as mulheres saíram da arma do assaltante. "Provavelmente, foi o bandido que atirou, já que a polícia vinha no sentido contrário", defendeu. O IC deve fazer uma perícia para descobrir de qual arma as balas saíram.