Jornal Correio Braziliense

Brasil

Pescadores do Litoral Norte comemoram o frio e o aumento no número de peixes

No Litoral Sul, frente fria mantém metade da frota de pesqueiros de alto-mar atracada no porto

No Litoral Sul, a frente fria mantém atracada no porto metade da frota de pesqueiros de alto-mar do Rio Grande do Sul. E, no Litoral Norte, os pescadores artesanais, que usam pequenos barcos, também aguardam em terra a melhora do tempo. A boa notícia é que o frio está trazendo para o mar do Brasil os cardumes das frias águas argentinas e uruguaias.

"No total temos em torno de 50 barcos de pesca industrial na ativa. Pelo menos metade deles estão atracados à espera de uma melhora no tempo para irem pescar. O restante está trabalhando em alto-mar", informa o armador Jorge Melo, de Rio Grande, que tem 12 pesqueiros.

Nesta manhã (13/7), ele disse que uma boa parte dos pesqueiros atracados no porto de Rio Grande voltaram do alto-mar no sábado devido ao anúncio feito pelas autoridades, Marinha do Brasil e Defesa Civil, da chegada da frente fria.

"Agora [11h45min], há condições para os pesqueiros saírem do porto. Não estão saindo porque o vento está soprando a 40 km/h [direção Oeste], o que impede que se lancem as redes na água", explica Melo.

Descontando os problemas trazidos para o manejo dos pesqueiros, os barcos estão sendo beneficiados pela frente fria, que empurra para o mar do Brasil peixes como as anchovas e a pescado-olhuda. Melo disse que para pescar estes peixes é necessário navegar durante 22 horas, no mínimo. A migração dos cardumes reduz o tempo de navegação em até 13 horas. "Este é o lado positivo da frente fria", fala Melo.

Os pescadores artesanais também vão se beneficiar da vinda dos cardumes das águas frias argentinas e uruguaias. Mas eles são os mais vulneráveis às mudanças climáticas, porque trabalham usando pequenas embarcações.

No final da manhã, o presidente do Sindicato dos Pescadores de Tramandaí, no Litoral Norte, Dilton Cardoso, disse que os pescadores artesanais estavam aguardando o "vento acalmar" para ir à pesca e recordou que há aviso de vento forte até amanhã feito pela Marinha do Brasil.

"Temos que ter paciência. O peixe vai estar lá nos esperando", aposta Cardoso.