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Homem acusado de participar do assassinato da advogada em SP estava escondido na casa de parentes

Policiais civis de Sergipe e militares do Pelotão da Caatinga prenderam ontem o vigia Evandro Bezerra da Silva. O homem de 38 anos é um dos suspeitos de participar do assassinato da advogada Mércia Nakashima, em São Paulo. A prisão ocorreu em Canindé do São Francisco, a 200km da capital Aracaju. O acusado estava escondido na casa de um cunhado. Em depoimento à polícia, Evandro negou as acusações e será enviado hoje para a capital paulista.

A advogada desapareceu em 23 de maio depois de sair de um almoço em família em Guarulhos (SP) e foi encontrada morta em 11 de junho em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. O carro dela foi retirado da represa um dia antes. Uma testemunha viu o Honda Civic ser jogado na represa. Exames comprovaram que Mércia levou um tiro no rosto antes de morrer. A polícia ainda investiga se a vítima era mantida em cativeiro antes de ser assassinada. Testemunhas afirmam ter visto a advogada ao lado do ex-namorado Mizael Bispo dos Santos nas proximidades de uma favela, na periferia de Guarulhos (SP).

De acordo com o delegado Antônio Olim, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo e responsável pelo caso, Evandro estava com a prisão decretada desde 26 de junho e era monitorado há 10 dias. ;Descobrimos onde ele estava à tarde, aguardamos o horário certo e, às 2h45 desta madrugada, ele foi preso em um sítio bem escondido;, afirma Olim.

Segundo as investigações policiais, Evandro recebeu dinheiro de Mizael Bispo de Souza, 40 anos, para executar a advogada. Existe a hipótese de que Mizael estava inconformado com o término do namoro, o que motivou o crime. Após praticar o assassinato, de acordo com a polícia, Evandro fugiu de São Paulo, mas, ainda assim, nega a autoria. ;Todo ano eu venho passar as festas juninas com a família. Você acha que eu cobraria R$ 5 mil para matar uma advogada, sendo que eu tinha uma renda de quase R$ 6 mil por mês?;, disse o vigilante.

Outro indício da participação do vigilante no crime é o depoimento de um cunhado de Evandro, que trabalha como caseiro em um sítio em Nazaré Paulista, vizinho à represa onde o corpo e o carro de Mércia foram encontrados. Ele confirmou que o suspeito esteve por uns dias em sua casa, mas desapareceu em seguida.