O Complexo do Alemão, conjunto de 13 favelas na zona norte do Rio de Janeiro com mais de 300 mil habitantes, recebeu nesta quinta-feira (24), 675 novas moradias e uma escola com piscina e sala multimídia com capacidade para 1,8 mil alunos do ensino médio.
Dos apartamentos entregues, 384 foram financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, ao custo de R$ 33,7 milhões e 211 pelo programa Minha Casa Minha Vida, da Caixa Econômica Federal, com investimento de R$ 13,9 milhões. Os apartamentos têm, em média, 40 metros quadrados, dois quartos, varanda, área de serviço e cozinha.
Os novos moradores foram selecionados por meio de sorteio e estavam morando em albergues ou usando o auxílio do aluguel social. Alguns perderam as casas nas enchentes que assolaram a capital fluminense no início do ano e há também aqueles que tiveram as moradias demolidas para viabilizar obras do PAC.
Desde o início das obras no complexo, há cerca de dois anos, já foram feitas mais de 2,9 mil desapropriações e entregues 512 apartamentos, além de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24 Horas. Um teleférico de mais de três quilômetros de extensão está sendo construído ao longo das comunidades do Alemão para facilitar a locomoção dos moradores.
As melhorias são visíveis para quem vive na região que, há décadas, é sinônimo de violência e abandono. Dona de um barraco no Morro do Adeus, dentro do complexo, a contabilista Sueli Vieira disse à Agência Brasil que as recentes obras de infraestrutura na área melhoraram a autoestima e a qualidade de vida dos moradores. ;Hoje tenho orgulho de dizer que moro aqui. Antes tinha vergonha. Agora, nós, moradores, precisamos fazer a nossa parte e conservar o que foi construído aqui;.
Apesar dos investimentos sociais, o tráfico de drogas ainda interfere no cotidiano da população local, que sofre coerção e abusos por parte de grupos armados. O governador Sérgio Cabral (PMDB), que participou da inauguração da escola em companhia do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), garantiu que as quadrilhas de traficantes vão ser desarticuladas no Complexo do Alemão e em todo o Estado do Rio.
;Não tem acordo, a pacificação vai chegar em todas as comunidades. Com a droga não vamos acabar, pois isso existe em Paris, Nova York, Londres, infelizmente. Mas vamos acabar com o poder paralelo. O poder público vai estar dentro do Complexo do Alemão, do Complexo de Manguinhos, da Rocinha [algumas das maiores favelas do Rio], garantindo à população o direito de ir e vir e a dignidade;, disse Cabral.