Larissa Leite
A ajuda para as vítimas das enchentes dos estados de Pernambuco e Alagoas deve ser feita por meio dos governos estaduais, que divulgaram contas-correntes onde podem ser depositadas contribuições de qualquer valor. A Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional justificou a descentralização desse apoio com a logística complicada que envolve o envio de mantimentos.
;O Ministério não foi demandado para centralizar esse apoio, pois ainda não foi necessário. Também considero que a melhor forma para ajudar desabrigados e desalojados seja o depósito direto em contas-correntes;, afirmou a secretária Ivone Valente. Segundo a secretária, o envio de material para o estado envolve um trâmite complexo e, por isso, a chegada de donativos ao destino final não costuma ser garantida.
Nos locais da tragédia, sobra solidariedade e falta logística nos postos de arrecadação de doações para as vítimas. No maior posto de doação do Recife, localizado no quartel da Polícia Militar (PM), no bairro do Derby, apenas 20 pessoas recebiam doações que chegavam a cobrir boa parte da calçada. Pessoas apareceram de todas as partes da cidade para contribuir com o que podiam: roupas, alimentos, água potável, sapatos, lençóis e colchões. O problema é que o efetivo disponibilizado pela PM para executar as tarefas de seleção e armazenamento é pequeno.
Na tarde de ontem, cinco voluntários já estavam trabalhando no Derby. Entre eles, Janderlery Gomes Santana, de 43 anos. ;O trabalho é um pouquinho pesado, mas é gratificante;, disse o voluntário. Ele chegou ao quartel às 8h, para doar roupas e alimentos, e saiu às 16h. Até o fechamento desta edição, o governo de Pernambuco havia contabilizado doações de 8.385 colchões, 14.010 cestas básicas, 6.893 toalhas e 9.343 cobertores.