A interdição do Hospital Universitário do Fundão, ocorrida na última segunda-feira (21), está causando transtornos a pacientes com exames ou cirurgias marcadas com antecedência. A interdição foi provocada por abalos estruturais em uma unidade do hospital, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Um dos pacientes com consulta marcada para hoje (23), Saturnino Soares, 80 anos, fez uma operação recente no estômago e disse que retornou ao hospital para receber orientações do médico sobre cirurgias que ainda tem de fazer no rim e na próstata.
;A gente gostaria que houvesse uma reforma nesse hospital, porque aqui tem bons médicos e nós precisamos. Parte do hospital nunca funcionou e nós precisamos dele, o povo do Rio se socorre aqui. Estou há dois meses aguardando, e agora em agosto eu vou operar de novo e não sei como vai ser. Pediram para eu voltar amanhã mas acontece que a gente vem e não está funcionando. Então, não adianta fazer viagem perdida;, lamentou Saturnino Soares.
De acordo com o diretor do hospital, José Marcus Eulálio, com as placas de aço instaladas esta semana pela Defesa Civil o risco de desabamento diminuiu, mas, por medida de segurança, a liberação para o funcionamento da unidade depende do setor de engenharia.
;Tivemos uma situação de emergência, sabemos que o risco de desabamento diminuiu mas só cessa completamente quando tivermos o trabalho finalizado, que deve demorar em torno de uma semana. Tenho como prioridade manter a segurança dentro e fora do hospital;, disse Eulálio.
O diretor garantiu que as pessoas com atendimento marcado durante o período de interdição terão prioridade quando o hospital voltar a funcionar. Marcus Eulálio disse que a reitoria da UFRJ e o Ministério da Saúde avaliam o caso. Segundo ele, os abalos na estrutura do hospital podem até determinar a demolição de metade do edifício, para a construção de outro, anexo à unidade.
Em função do risco nas instalações, alguns pacientes foram remanejados e outros receberam alta. Aproximadamente 120 cirurgias foram remarcadas e 217 pessoas permanecem internadas no hospital.
O Hospital Universitário do Fundão foi projetado na década de 50 e desde sua inauguração, durante o governo do general Ernesto Geisel, apenas metade da sua estrutura presta atendimento.