O presidente Lula chega a Pernambuco às 22h30 de hoje (23/6). Ele fará um sobrevoo, das 9h às 12h de amanhã, em parte dos 54 municípios pernambucanos atingidos pelas chuvas. Em seguida, segue para Alagoas.
Ontem (22/6), em Brasília, o presidente Lula anunciou, após a reunião com dez ministros, a liberação de R$ 50 milhões para Pernambuco e Alagoas. Segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, cada estado já recebeu R$ 25 milhões. Os outros R$ 50 milhões devem ser transferidos em até dois dias, assim que os governos apresentem à União documentos pendentes.
O dinheiro será usado para atender necessidades imediatas de quem ficou sem casa, como alimentos, habitação e serviços médicos. Serão enviadas 75 mil cestas básicas, kits de primeiros socorros para alagamentos, e ainda tendas do Exército para abrigar desalojados.
O governo do estado criou, ontem, um projeto de lei que prevê o Fundo Especial de Combate às Situações de Emergência e Calamidade. O documento permitirá agilização na liberação de recursos em ocasiões de catástrofes como a que está sendo enfrentada atualmente em Pernambuco em virtude das chuvas. Até a semana que vem, o projeto deve ser votado na Assembleia Legislativa para que haja tempo hábil para aplicar uma verba ainda não estipulada no combate aos efeitos das últimas precipitações que destruíram parte das cidades do interior do estado. A ideia é que o recurso seja usado ainda no mês do registro da catástrofe.
Na última segunda-feira, o governador Eduardo Campos criticou a demora na liberação de recursos em episódios como os que vêm ocorrendo em Pernambuco e Alagoas. Para ele, a liberação do saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para os desabrigados terá pouco impacto, porque as regiões atingidas não se caracterizam pelo grande índice de empregos formais. Campos chegou a autorizar o uso deR$ 50 milhões dos cofres do estado para agilizar os primeiros socorros às vítimas. A pressa se justifica porque elas precisam de mantimentos, remédios e abrigos e não podem ser penalizadas novamente por causa da burocracia.
Segundo a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), até ontem eram 30 cidades em situação de emergência e outras nove em estado de calamidade pública decretados pelo governador Eduardo Campos e publicados no Diário Oficial de ontem. Os desabrigados já chegam a 17.808 pessoas, enquanto os desalojados são 24.552. O número oficial de mortes é de 12 pessoas, mas informações extraoficiais apontam que o dado ainda pode crescer.
Ontem foi instalado o escritório permanente do Gabinete de Crise, que passa a funcionar todos os dias, 24 horas, no segundo andar do Palácio do Campo das Princesas. O projeto de lei é um dos resultados da reunião do governador com seus subordinados diretos. O escritório reúne cerca de 50 representantes de dez secretarias estaduais envolvidas no mutirão coordenado pessoalmente por Eduardo Campos.
O grupo de trabalho centralizará todas as informações sobre a situação dos municípios, como o restabelecimento de energia elétrica, telefonia, fornecimento de água potável, alimentos e produtos de limpeza. "O objetivo é que a gente tenha a velocidade máxima no processo de organização e encaminhamento para que a ação chegue o mais rápido possível", explicou Geraldo Júlio, secretário de Planejamento e Gestão e um dos coordenadores do escritório.
Outra medida anunciada ontem foi o cancelamento dos cinco dias de folga no São João para os servidores comissionados estaduais. A ação, segundo o governador, visa não parar as ações de ajuda aos desabrigados.