Jornal Correio Braziliense

Brasil

Situação de emergência em 13 municípios pernambucanos

As chuvas que castigam a população desde o último domingo alcançaram seu auge nas primeiras horas de ontem. A madrugada e o dia de ontem foram de agonia para milhares de famílias pernambucanas que viram suas casas serem engolidas pela fúria das águas. Além da perda material, a dor pelo irreparável. Oito pessoas, sendo cinco de uma mesma família, morreram vítimas de deslizamento de barreiras na zona Norte do Recife.

Dentre as vítimas, cinco crianças. Um homem morreu em Cortês, na Mata Sul, pela mesma causa. Até o final da noite de ontem, um jovem que teria sido levado pela correnteza estava desaparecido em Belo Jardim, no Agreste. O saldo parcial da tragédia, segundo a Defesa Civil, era de 4.969 desabrigados e mais 5.573 desalojados em todo o estado. Além da capital e Região Metropolitana do Recife, a situação piorou no interior. O governador Eduardo Campos homologou os decretos de situação de emergência em 13 municípios no Agreste e Mata Sul. Outros 29 estão em estado de alerta. A esperança é de que a situação das chuvas comece a melhorar neste final de semana, segundo a previsão da meteorologia. Mas os riscos de alagamentos e novos desabamentos não estão descartados.

Hoje, os ministros da Integração Nacional, João Santana, e das Cidades, Márcio Fortes, vão desembarcar no Recife para fazer um sobrevoo pelas áreas mais atingidas pelas chuvas. O que eles devem ver é um rastro de destruição. Na capital, choveu em três dias o previsto para o mês inteiro. Morros ainda ameaçam casas e muitas famílias abandonaram suas moradias com medo do pior. A Defesa Civil municipal registrou um pico de 850 chamados e não conseguiu dar conta da demanda, deixando muitas pessoas à espera de socorro. Os prejuízos também foram contabilizados pela classe média. Numa semana atípica, moradores ficaram ilhados dentro de seus apartamentos, com elevadores impedidos de funcionar e garagens repletas de água. Em Boa Viagem, na Zona Sul, alguns trechos passaram 24 horas sem energia elétrica.


Na memória do pernambucano, a última vez que a chuva castigou o Litoral e o Interior na mesma proporção foi em 2001. Assim como daquela vez, populações de cidades da Mata Sul e Agreste viveram momentos de terror ao ter que deixar para trás tudo o que construíram e sair apenas com a roupa do corpo quando a água tomou conta de tudo. Foi assim em Cortês, Amaraji e Catende, onde o Rio Sirinhaém transbordou. Em Vitória de Santo Antão, o Rio Tapacurá invadiu a cidade, deixando mais de 100 famílias desabrigadas. Nem os animais foram poupados. Muitos cavalos e porcos foram arrastados pela força da correnteza. Na BR-232, entre Caruaru e Gravatá, acidentes de trânsito foram causados por causa das chuvas.

A solidariedade é a palavra que pode aplacar um pouco do sofrimento desses pernambucanos neste momento. Em muitas cidades, faltam colchões, cobertores, roupas, fraldas e água mineral. Os quartéis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros já estão abertos para arrecadar donativos. O governador também assinou um decreto para a liberação de R$ 2,5 milhões para serem aplicadosna prevenção e na compra de equipamentos para ajudar no resgate de vítimas.

A dimensão do estrago

Onde choveu mais

155mm em Vitória de St. Antão
148 mm no Recife
148mm em Olinda
125mm em Paulista

45 municípios afetados, sendo: 29 estão em estado de alerta
13 em situação de emergência

Na Mata Sul

Amaraji, Catende, Cortês, Escada, Jaqueira, Maraial, Palmares, Ribeirão, Sirinhaém e Vitória de Santo Antão

No Agreste

Barra de Guabiraba, Bom Conselho e Correntes

Números

6.889 desabrigados
5.853 desalojados

Fonte: Codecipe

Para pedir ajuda: Defesa Civil

Recife - 0800-081-3400
Jaboatão - 0800.2812099
Pernambuco - 3181-2490 ou 199