Brasília - O Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está fazendo um levantamento sobre a atuação dos profissionais de saúde nas penitenciárias do país para ter mais informações sobre a prevalência de doenças entre os presos. Com esses dados, o ministério quer saber quais são as doenças mais comuns aos detentos e a incidência de aids e doenças sexualmente transmissíveis (DST). Atualmente, o governo federal não tem dados completos da situação de saúde da população carcerária brasileira.
O censo deve ser concluído no final do ano, segundo a coordenadora da área técnica de Saúde no Sistema Penitenciário do ministério, Maria Thereza Freitas. Mais de 200 equipes de profissionais de saúde serão avaliadas ; a maioria em presídios dos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Cada equipe é responsável pelo atendimento de 500 presos, mas a população carcerária ultrapassa 400 mil pessoas.
Mesmo sem os resultados do censo, a especialista aponta a resistência dos profissionais em trabalhar nas cadeias e as barreiras culturais para o uso do preservativo por parte dos presos como desafios na implantação do atendimento de saúde e prevenção da aids e das DST no sistema prisional.
A opinião é compartilhada pelo diretor de Políticas Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, André Luiz Cunha. ;Para o preso, usar camisinha significa que a mulher o está traindo do lado de fora;, afirmou André Luiz, ao participar de debate no 8; Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids.
Até o momento, somente 18 estados aderiram ao Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário. A meta é que todos estejam aptos até outubro deste ano.