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Polícia do Pernambuco conclui que mandante do assassinato da advogada foi o marido

O delegado Cláudio Castro, do Grupo de Operações Especiais (GOE) pediu, na tarde desta segunda-feira (14), a prisão temporária de quatro pessoas suspeitas de envolvimento na morte da advogada trabalhista Karina Lígia Cruz Amorim, 40 anos. De acordo com a polícia, o mandante do crime teria sido o marido da vítima, o bacharel em direito, José Ricardo Cavalcanti de Amorim, 42.

Auxiliado pela irmã dele, Josiane Maria Cavalcanti de Amorim; sua ex-amante, Somália Celestino da Silva, que é funcionária do Poder Judiciário Federal; além de dois detentos do presídio de Igarassu, eles teriam armado um esquema que teve como consequência a morte da advogada em dois de julho de 2009. Karina estava em seu escritório, na BR 101 Norte, município de Igarassu, que fica a 30 km de Recife, quando foi atingida por dois tiros.

Os quatro envolvidos foram presos preventivamente na última sexta-feira. Os detalhes do inquérito foram apresentados hoje durante coletiva na sede do GOE.

Segundo o delegado, Karina e José Ricardo foram casados durante 17anos e estavam separados judicialmente desde 2004. No entanto, viviam juntos maritalmente nos dois últimos anos antes do crime. A ideia do assassinato teria sido de Somália, para que o casal pudesse ter direito a todos os bens da advogada, que incluíam carro, escritório, apartamento e uma conta poupança.

A irmã de José Ricardo, Josiane Maria, que também era amiga de Somália, teria ficado responsável por encontrar um homem para efetuar os disparos. Para isso, teria pedido ajuda ao namorado, José Roberto Félix de Araújo, detento do Presídio de Igarassu, e que juntamente com outro prisioneiro da mesma unidade, Cristiano da Silva Cavalcanti, mais conhecido como Lobão, teriam pago R$ 2 mil a Paulo Henrique Severino da Silva, para executar o crime. Ainda de acordo com o delegado, Paulo Henrique já tem passagem pela polícia por tráfico.

Outros dois homens foragidos, Valmiram José dos Santos e Heleno José do Nascimento, também estão sendo procurados por terem dado fuga a Paulo Henrique logo após o assassinato.

Também participaram da reunião, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-Secção Pernambuco, Henrique Mariano, e a mãe de Karina, a também advogada, Miriam Marques da Cruz de 63 anos. Eles foram acompanhar a conclusão do inquérito e pedir mais agilidade da polícia na solução de crimes contra advogados. De acordo com Henrique Mariano, este foi o quinto assassinato a advogados apenas no ano de 2009.

A mãe de Karina revelou que José Ricardo sempre se mostrou uma pessoa fria e dissimulada. "Tinha dúvidas da autoria do crime e não queria acreditar que era ele o culpado. José Roberto era dissimulado, uma pessoa capaz de enganar qualquer um. Ele se fazia de amigo da família e, ao mesmo tempo, sacava dinheiro irregularmente da conta poupança da minha filha".

O crime - De acordo com a polícia, no dia em que foi morta, Karina Lígia havia saído de uma audiência na Justiça do Trabalho. Ao chegar ao escritório, estava atendendo um cliente quando foi procurada por um homem, que disse à secretária da advogada que tinha um caso para resolver na Justiça. A secretária de Karina Amorim atendeu o homem e o encaminhou à sala da advogada.

Ao atendê-lo, Karina Cruz Amorim levou dois tiros e morreu no local. O autor dos disparos fugiu a pé, com o rosto descoberto. A polícia relatou a identificação de um bilhete de ameaça de um cliente da vítima e divulgou um retrato falado do suposto assassino, feito a partir de informações dadas pela secretária da advogada. "Além de fornecer informações para o retrato falado, ela disse que o mesmo homem já tinha ido pela manhã ao escritório", ressaltou o delegado Cláudio Castro.