Recife ; Um soldado da Aeronáutica e outro da Polícia Militar de Pernambuco, além de dois comissários de polícia, estão entre as 50 pessoas presas ontem acusadas de participar de um grupo de extermínio que agia na Região Metropolitana do Recife. A quadrilha é suspeita de ter praticado 40 homicídios em 11 meses de investigação. Quatro pessoas ainda estão foragidas.
De acordo com o diretor de Operações da Polícia Civil de Pernambuco, Oswaldo Morais, a quadrilha não agia apenas em crimes relacionados a homicídios. ;Eles também estão ligados a corrupção, estelionatos, assaltos e receptações. Todos fazem parte de uma única quadrilha, com atuação, principalmente, nos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e São Lourenço da Mata;, explicou. Uma grande quantidade de armas foi apreendida, além de entorpecentes e fogos de artifício, mas o número exato só será divulgado hoje. Apesar de ter sido encontrada droga com os acusados, Morais afirmou que o grupo não estaria envolvido com o esquema de tráfico.
A ação, uma parceria entre as polícias Civil e Militar com o apoio do Corpo de Bombeiros, teve a finalidade de cumprir mandados de prisão, busca e apreensão. Durante toda a manhã de ontem, os presos foram levados para a sede do Grupo de Operações Especiais (GOE), no bairro do Cordeiro, e, em seguida, para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde passaram pelos exames de corpo de delito. Depois, seguiram para o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife. Três mulheres estão ligadas ao grupo de extermínio. Elas seguiram para a Colônia Penal Feminina do Recife.
A primeira parte da operação foi deflagrada em abril do ano passado e conseguiu prender 54 pessoas, entre elas, 12 mulheres. Quatro policiais militares também estavam envolvidos no esquema. Além de extermínios, o grupo tinha grande participação no tráfico de drogas da Região Metropolitana do Recife.
Eles também estão ligados a corrupção, estelionatos, assaltos e receptações. Todos fazem parte de uma única quadrilha;
Oswaldo Morais, diretor de Operações da Polícia Civil de Pernambuco
Meio milhão arrecadado
Ana Paula Neiva
A Polícia Federal encontrou R$ 509 mil nas casas dos cinco policiais rodoviários federais que foram presos na última quarta-feira, acusados de manter um esquema de cobrança de pedágio irregular nas rodovias federais que cortam Pernambuco. O dinheiro será encaminhado para o depósito judicial da Caixa Econômica Federal e ficará à disposição da 4; Vara da Justiça Federal, onde tramita o processo sobre o caso. Além dos cinco patrulheiros presos, outros 25 policiais foram afastados de suas funções e responderão ao inquérito em liberdade. Todos perderam o direito ao porte de arma, entregaram a farda e a carteira funcional. Eles também estão sendo investigados pela participação no esquema da cobrança de propina para liberar caminhões que transportavam carga acima do peso permitido.
Segundo as investigações, os policiais rodoviários federais permitiam o trânsito livre em troca de dinheiro nas três maiores rodovias que cruzam Pernambuco: a BR-101, a BR-232 e a BR-408. A Polícia Federal acredita que os acusados já praticavam a extorsão desde pelo menos 2006.