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Polícia investiga atentado contra testemunha do caso Manoel Mattos

O comerciante Maximiano Rodrigues Alves, testemunha de acusação dos supostos assassinos do advogado Manoel Mattos, sofreu um atentado na noite de ontem (9) enquanto caminhava por volta das 20h na cidade de Itambé, na fronteira com o estado da Paraíba.

Segundo o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), quatro tiros foram disparados por um homem que estava na garupa de uma moto. O comerciante pulou no chão e um tiro pegou de raspão. A polícia investiga o caso.


Maximiano já fez exame de corpo e delito e está protegido no Núcleo de Acolhimento Provisório de Pernambuco. Ele poderá ser inscrito no programa de proteção à testemunha (Provita) ou no programa de proteção a defensores de direitos humanos.

O comerciante já havia prestado depoimento em juízo em 12 de janeiro de 2010 sobre o caso Mattos. Segundo a secretaria executiva do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoas Humana (CDDPH), ainda não há evidência de que o atentado esteja relacionado com o julgamento.

O advogado Manoel Mattos, defensor de direitos humanos, foi morto em janeiro de 2009 no município de Pitimbu (PB), por denunciar grupos de extermínio na região.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) estuda a federalização do julgamento sobre a morte do advogado. Segundo a organização não governamental Justiça Global, a Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu em 2003 a proteção de cinco testemunhas contra os grupos de extermínio, entre eles Manoel e Maximiano.