Jornal Correio Braziliense

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Acusado de abusar da filha há 15 anos é preso no Maranhão

Da relação incestuosa nasceram sete filhos

Antônio Marcos/ Aqui-MA

O Maranhão tem um Josef Fritzl, maníaco da Áustria que manteve a filha Elisabeth aprisionada no porão da casa durante 24 anos. O nosso Josef chama-se José Agostinho Bispo Pereira, de 54 anos, e mora no povoado Experimento, município de Pinheiro (a 86 km de São Luís). Às 17h30 de terça-feira, ele foi preso em flagrante acusado de abusar sexualmente da filha, Maria Rita Monteiro, 27, desde que ela tinha 12 anos. Da relação incestuosa, segundo a polícia, nasceram sete filhos - quatro mulheres e três homens - com idades entre dois meses e 12 anos.

A filha vítima de incesto era mantida em cárcere privado e aparenta ter problemas psicológicos. "No depoimento, ela disse que ele não a deixava sair de casa por nada", revelou Laura. A delegada tomou o depoimento de uma das quatro netas/filhas. Aos sete anos, a menina revelou que, em uma ocasião, o homem manteve relação sexual com ela e em outras três acariciava seu corpo.

A delegada Laura Barbosa informou que, durante o depoimento, a garota estava nervosa e chorando muito. Uma assistente social acompanhou a conversa e, após o registro do crime, as crianças foram encaminhadas ao Conselho Tutelar, onde recebem acompanhamento psicológico.

O caso foi revelado após denúncias de moradores da região. A delegada regional Laura Amélia Barbosa investigou Agostinho por 15 dias até chegar à pequena ilha onde se situa o povoado efetuar o flagrante. Por lá, o acesso só é possível por meio de barcos. Segundo Laura, ao chegar na casa do acusado, as crianças estavam sozinhas, sujas e sem roupas. Um dos filhos, diz ela, tem problemas auditivos e nenhum deles freqüentava a escola.

José Agostinho era separado da esposa e morava sozinho com a filha. A polícia investiga se ele abusou de outra filha, que não mora mais na casa da família, e procura o paradeiro da ex-mulher. Ele foi autuado em flagrante e responderá por crimes de estupro de incapaz, abandono material e intelectual, maus-tratos e cárcere privado. Agostinho está preso na Delegacia Regional de Pinheiro.