Representantes de associações e familiares das vítimas do voo 447 da Air France se reuniram ontem, em Paris, para cobrar uma conclusão nas investigações da causa do acidente, no ano passado, que matou 228 pessoas durante o trajeto do Rio à capital francesa. Em entrevista ao jornal Le Figaro, a vice-presidente da associação denominada Ajuda e Solidariedade, Françoise Fouquet, fez sérias críticas à apuração dos motivos da queda da aeronave. ;Todo mundo quer saber a verdade. Ninguém pode se dar ao luxo de não saber. Mas a opacidade se deve à cultura do silêncio. Eu não sou paranoica. Mas eu acho que chegar a dizer a verdade é mais difícil que o silêncio;, disse Fouquet, que perdeu uma filha, ao veículo francês.
De várias nacionalidades, mas especialmente franceses, brasileiros, alemães e italianos, os familiares das vítimas estão em Paris, entre outras razões, para participar de uma cerimônia em homenagem às vítimas, organizada pela Air France.
Todos, no entanto, foram unânimes em acusar a investigação de omissa em alguns aspectos por causa de interesses políticos e financeiros. ;A recusa em considerar a pane dos sensores de velocidade como elemento essencial da causa do acidente é suspeita;, destacou Jean-Baptiste Audousset, presidente da Associação francesa dos Familiares das Vítimas. ;Temos receio de que o caso seja abafado e que as responsabilidades não sejam apontadas;, disse Maarten van Sluys, representante brasileira, à BBC Brasil.